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Editorial

coluna

Publicado: 13/04/2019 às 06h05min

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O desenvolvimentismo e o meio ambiente

Quanto de se trata de meio ambiente, muitas questões precisam ser consideradas

Tudo indica que mudanças na legislação ambiental devem acontecer e com promessas de flexibilização em licenciamentos. Tanto no âmbito nacional e estadual, a pressão do desenvolvimentismo tende a levar para regras que tornem mais fáceis e rápidos os processos. Quanto de se trata de meio ambiente, muitas questões precisam ser consideradas para que em nome da agilidade não caia em legalidades na contramão do mundo.

Uma das recentes mudanças foi a liberação de dezenas de agrotóxicos proibidos em países de economia desenvolvidas e que compram alimentos do Brasil. Em pensar que em 2017 o nosso país já ocupava o lamentável ranking  de maior consumidor de agrotóxico, com a média de 7,3 litros por pessoa. É muito veneno jogado na alimentação e consumido por muita gente. E ainda, os metais pesados ficam no solo e escorrem pelos rios causando estragos maiores.

Outras mudanças devem afetar o controle ao desmatamento. O Brasil é o segundo país com maior cobertura florestal do mundo, ficando atrás apenas da Rússia. Mas o Brasil também lidera como maior desmatamento sendo aproximadamente 20 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa desmatada por ano. Nessa conta entra também as queimadas descontroladas que fazem grande estrago.

Biomas como Amazônia e Cerrado são devastados de forma acelerada. Além da alta carga de gás carbono lançada na atmosfera, as queimadas e desmatamentos provocam alterações climáticas, erosões, perda da biodiversidade, empobrecimento do solo e compactação de espaço agrário. Tudo isso deixa vastas áreas enfraquecidas e abandonadas pela produção.

É sabido que o espaço já desmatado no Brasil seria suficiente para aumentar a produção de alimentos desde que houvesse investimentos em tecnologias. É nisso que outras potências mundiais ganham vantagens. A utilização correta e o manejo adequado do espaço agrário colocariam o país na vanguarda da produção mundial e renderia bons frutos.

Enquanto isso percebe-se em todo o país impactos antes não vistos com chuvas fortes, desmoronamentos e desabamentos, rompimentos de barragens, e muitos outros danos que, com a flexibilização da legislação ambiental tendo a aumentar. É preciso tornar a máquina pública menos burocrática e mais ágil, mas quando se trata de vida humana sobre a terra, tudo deve ser pensado, medido e calculado de modo que não venha colocar o homem em extinção.


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