coluna
Publicado: 11/06/2019 às 09h42min
O vazamento de supostas conversas de integrantes da operação Lava Jato deve colocar em ruína os principais protagonistas que se tornaram celebridades mundiais. O ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro e o procurador regional do MPF( coordenador da força-tarefa de procuradores em Curitiba, Deltan Dallagnol terão muito do que explicar, e talvez não tenham explicações para o comportamento que fere princípios constitucionais, éticos e morais da suas respectivas carreiras jurídicas.
Se as conversas forem legitimas, e tudo indica que são, não apenas Moro e Dallagnol serão frustrados, mas todo um País que acreditou que a gigantesca operação seria de fato uma ação de moralidade e que passaria o Brasil a limpo. Outro ponto também de relevância é que, caso as conversas sejam legítimas, a credibilidade da Justiça, do Ministério Público e talvez da Polícia Federal seria de tal modo afetadas. Parece que a mangueira da Lava Jato com seu forte esguicho estaria virando de lado e jorrando nos pés do lavador.
Num Brasil atolado no mar de lama, esse caso não será apenas um novo episódio. Envolverá desdobramentos ainda mais dolorosos para a nação que está em crise econômica, política e institucional em virtude de tudo que foi revirado pela lava jato. Prisões de políticos de alta cúpula, inclusive dois ex-Presidentes da República, e muitos outras desmanches abalaram a credibilidade e causaram instabilidade política que, consequentemente, levou à retração econômica e crise financeira. É um preço muito alto para todos os brasileiros, caso o desfecho seja o pior possível.
A Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia (ABJD) protocolou ontem (10)uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) cobrando a apuração da conduta de integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, com base nas mensagens vazadas e publicadas. Os juristas alegam que há de violação ao Código de Processo Civil e ao Código de Processo Penal. Outra investigação deverá ocorrer contra Dallagnol pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Num primeiro momento é provável que o País viva mais um daqueles períodos de ‘disse e não disse’, manifestações de prós e contras, até que avance para linhas mais profundas. Se a economia já não vinha bem, e o ano de 2019 computava baixos índices em diversos setores econômicos, tudo caminha para dados ainda mais amargos e complexos que podem levar a recessão a patamares altíssimos.
Só esperamos que não haja um colapso insuportável já que os setores econômicos de menor resistência começam a entrar nos limites extremos da tolerância e do suporte econômico-financeiro. Se travar ainda mais a economia o País pode não suportar. Mas que a Justiça seja feita, doa a quem doer, alcance quem tem que alcançar.
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