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Editorial

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Publicado: 15/08/2019 às 16h37min

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O gasoduto é importante para Rondônia e ninguém pode negar

A proposta de estender o gasoduto de Coari (Amazonas) até Porto Velho (Rondônia) é um negócio emperrado há mais de 25 anos. Diversas..

A proposta de estender o gasoduto de Coari (Amazonas) até Porto Velho (Rondônia) é um negócio emperrado há mais de 25 anos. Diversas ações políticas foram realizadas no sentido de desencalhar o projeto, mas nada evoluiu. Muitos fatores podem estar por trás desse desinteresse da Petrobras de vender um produto que sobra a ponto de ser reinjetado na mina. Por enquanto o que existe é o gasoduto Urucu-Coari-Manaus, que iniciou as operações em 2009, e tem capacidade de transportar 5,5 milhões de metros cúbicos/dia. O gás natural transportado neste gasoduto chega às usinas Manauara, Tambaqui, Jaraqui, Aparecida, Mauá, Cristiano Rocha e Ponta Negra – Urucu-Coari-Manaus. Nelas ele gera 760 MW de energia elétrica.

Rondônia já precisou muito desse gás para produzir energia térmica, que consumia volumosa quantidade de óleo diesel por dia. Com as usinas hidrelétricas do rio Madeira, a geração térmica não será mais o maior filão do consumo de gás, mas outras utilidades certamente barateariam os custos industriais de muitos segmentos econômicos. É o caso de panificadoras, cerâmicas, pizzarias, restaurantes, veículos e mais outros negócios e é isso que assusta os amazonenses que sempre teve bancada mais articulada do que Rondônia

Assim como o asfaltamento da BR-319 (Porto Velho-Manaus) emperrou por conta de monopólios de negócios hidroviários, a vinda do gasoduto até Porto Velho também se choca com interesses econômicos amazonenses. Com localização privilegiada, a capital rondoniense pode despontar com instalação de pólo industrial de petroquímica, o que esvaziaria alguns negócios manauaras. A petroquímica cresceu muito nesse último século, com a necessidade de fins mais lucrativos para diversos produtos, como por exemplo, o algodão, o marfim, a madeira, e muitos outros.  A indústria de tipos de plásticos, chamada de indústria da terceira geração, é também grande consumidor de gás natural e outros derivados de petróleo.

A bancada federal de Rondônia fez bem em reacender esse projeto e buscar junto à Petrobras soluções para tocar em frente a construção do gasoduto. É preciso ter muito fôlego para suportar o enfrentamento dos amazonenses, mas no atual momento, questões econômicas que favorecem ao país são mais relevantes do que os interesses localizados. Se o gasoduto for construído será mais uma importante fonte de geração econômica para Rondônia, o que fará com que o estado cresça e desenvolva ainda mais. Vale a pena concentrar forças nessa proposta.


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