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Editorial

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Publicado: 13/02/2019 às 06h00min

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O inverno intenso e os prejuízos na economia estadual

É comum no final do verão a municipalidade fazer limpeza geral nos igarapés, bueiros e galerias de águas pluviais. O volume de lixo..

É comum no final do verão a municipalidade fazer limpeza geral nos igarapés, bueiros e galerias de águas pluviais. O volume de lixo descartado pela população em terrenos baldios, ruas, avenidas e dentro dos canais dos igarapés é algo absurdo. E se o setor de serviços públicos não for ágil nessa limpeza, a situação tende a agravar. A cidade sofre com constantes alagamentos a cada temporal. Até em pontos que antes não tinham esse tipo de impacto, agora se vê um represamento que incomoda e causa danos.

Esse problema vem atrapalhando o comércio varejista com o impacto direto na redução das vendas. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia, a Fecomércio/RO, estima em R$ 41 mil os prejuízos diários em cada um dos 17 pontos de alagamentos nos setores de comércio. Dentro de uma cadeia de valor, esse impacto vai sendo repassado de um a outro comércio, atinge também a indústria e consequentemente a arrecadação de impostos.

Os segmentos industriais também estão atentos às consequências das chuvas. No interior do Estado, onde está a maioria das agroindústrias, a dificuldade de escoamento da produção agrícola pode afetar o abastecimento e as linhas de produção. Os laticínios ainda não se queixam da falta de matéria prima por que os produtores tem tanques de resfriamentos e o leite não perde qualidade mesmo se os caminhões coletores atrasarem.

O segmento madeireiro na época de inverno nem aventura a busca de madeira. Fazem estoques enquanto é possível transportar para que possa trabalhar durante as chuvas.

O impacto maior fica com os pequenos agricultores que dependem das péssimas condições de estradas rurais e alimentadoras. Com a intensidade das chuvas muitas pontes foram arrastadas, bueiros rompidos e estradas cobertas por água em diversos pontos. Até a BR-364 sofreu recente impacto com rompimento na região do Jamari.

O poder público precisa dar uma resposta eficaz ao problema recorrente. Não basta apenas colocar a culpa no inverno e no volume de chuvas acima do normal. É preciso encontrar soluções que possam garantir a trafegabilidade durante o inverno, independente do volume de chuvas. O certo é que em alguns pontos se quer houve um serviço paliativo. É necessário implementar uma agenda de políticas públicas que possam garantir os investimentos do Estado e dos municípios para recuperar a malha viária existente e melhorar a cada ano com novos serviços de infraestrutura. É o mínimo que se espera de contrapartida para garantir à iniciativa privada as condições adequadas para produzir com competitividade.


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