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Editorial

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Publicado: 07/07/2020 às 06h00min

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O novo normal pode surpreender a política

As eleições municipais deste ano estarão consagrando a crise gerada pelo novo coronavirus. A população enfurecida e desacredita com a..

As eleições municipais deste ano estarão consagrando a crise gerada pelo novo coronavirus. A população enfurecida e desacredita com a condução política da pandemia, já começa a expurgar políticos de suas portas. Com o agravamento da crise, a tendência é que haja grande renovação nos cargos eletivos de prefeitos, vices-prefeitos e vereadores. O fenômeno deve ocorre rem todo o país. 

Dificilmente os atuais donos de mandatos conseguirão mudar o jogo. O número de mortes, que no momento caminha para 70 mil no país, continuará desconsolando as famílias. O país ainda não alcançou o platô que é estabilização para iniciar o declínio estatístico dos casos. Isso indica muitas mortes pela frente. Quando atingir o platô, haverá a curva de declínio que possivelmente terá a mesma dimensão de impacto na volta, o que será desastroso. Sem contar que atualmente passam de um milhão e seiscentas mil pessoas já infectadas, e na curva de declínio terá o mesmo efeito. Ou seja, quem pegou a Covid-19, ou viu um parente ou amigo em crise, também estará desconjurando os políticos de plantão.

Quem arrisca uma candidatura nas eleições deste ano, aposta na virtualização da campanha que tira o cara-a-cara entre candidato e eleitor. Como a era da digitalização das relações humanas tem revelado cada internauta como um gerador de opinião, as ações: curte, descurte, elogia e critica devem apimentar esse universo. Os processos de construção e desconstrução de reputações na era digital são extremamente rápidos. O nada vira ‘tudo’ da noite para o dia, e o bom se transforma em ‘ruim’ com o mesmo imediatismo.

O novo fenômeno que estimula alguns é o mesmo que assombra outros. Mais do que nunca, os candidatos que arriscarem eleição ou reeleição neste ano, terão que gastar o verbo em argumentações e persuasões para conquistar o eleitor revoltado. Caso contrário continuará subindo o número de insatisfeitos que optam pelos votos nulos ou pela abstenção (não comparecer para votar). Apesar de favorecer quem está no poder, as ausências ou repugnâncias dos eleitores indicam que os partidos precisam se reinventar e reconstruir estratégias, além de investir na formação política de seus líderes. O novo normal inclui a política e as eleições. 


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