Porto Velho/RO, 26 Março 2024 16:06:34

Editorial

coluna

Publicado: 17/06/2019 às 09h49min

A- A+

Os condomínios e os territórios de crimes em Porto Velho

É impressionante como tem crescido a territorialidade do crime organizado dentro de condomínios populares de Porto Velho. Os aglomerados..

É impressionante como tem crescido a territorialidade do crime organizado dentro de condomínios populares de Porto Velho. Os aglomerados de moradias que seriam para suprir a demanda habitacional evitando a favelização da cidade conseguiu resolver um problema de infraestrutura urbana, mas vem promovendo um problema de segurança. O crime organizado vem encontrando nesses blocos os campos adequados para suas ramificações e bases que servirão para o controle e domínio de territórios do crime onde todo sociedade será vítima.

Apesar da questão social ser visível e real, nada se vê em termos de estratégias e de implantação de políticas públicas que possam conter esse domínio antes que seja tarde demais. O residencial Orgulho do Madeira, na Zona Leste (o maior bloco de moradias populares de Rondônia), virou um sistema parecido com os morros cariocas, onde as facções mandam e desmandam. O conflito ocorrido no residencial Morar Melhora, na Zona Sul, até então considerado tranqüilo e de classe média, ascende o alerta de que os espaços estão sendo ocupados e dominados pelas facções.

Pelo visto a falta de aparelhamento social como CRAS, creches, centros comunitários, escolas, postos de saúde e pontos de policiamentos tem gerado lacunas nessas comunidades. O preenchimento desses vazios parece que serão ocupados pelo crime organizado. Fator já revelado em outras capitais brasileiras, o erro dos outros devem servir como inspiração para corrigir (enquanto há tempo) os mesmo erros que vem surgido por aqui. Os poderes públicos municipal e estadual precisam agir rápido na busca de soluções que possam aliar segurança pública com bem estar social.

Com o passar do tempo é natural que esses espaços sejam dominados e, aí então, a implantação de medidas para a higienização social será muito mais difícil e mais cara aos cofres públicos. Também custará para a população em geral que será vitima de furtos, assaltos, sequestros e outras modalidades criminosas disseminadas pelas facções.

Resolver os problemas socioeconômicos e o aparelhamento social dessas unidades residenciais deve ser visto como prioridade geral. Olhar esse problema como caso isolado dos moradores dessas unidades é o mesmo que tapar os olhos para si mesmo e não perceber que todos estarão nas miras da violência. Quanto mais tempo passar, mais as facções terão forças e estarão migrando para outros espaços, ampliando as territorialidades da violência.


Deixe o seu comentário

sobre Editorial

O Diário da Amazônia foi fundado em 13 de setembro de 1993. Um jornal a serviço da sociedade, com respeito pela notícia.

Arquivos de colunas