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Publicado: 16/04/2019 às 08h33

Os monumentos, os descuidos e o fogo

O incêndio de grande proporção que basicamente colocou em ruínas a Catedral de Notre-Dame, abalou Paris e o mundo, ao vivo e em cores,..

O incêndio de grande proporção que basicamente colocou em ruínas a Catedral de Notre-Dame, abalou Paris e o mundo, ao vivo e em cores, transformando em cinzas parte importante da história mundial. Ponto turístico que atraia visitantes de vários lugares, cenário de filmes, inspiração literária, enfim, incalculável as perdas. O clarão das chamas e a fumaça cobriu parte de Paris (França) e foi vista até por quem não tinha conhecimento desse monumento internacional.

A Cathédrale Notre-Dame de Paris (Catedral de Nossa Senhora de Paris) é uma relíquia do estilo gótico, referencia turística da Europa, teve sua construção iniciada em 1163, localizada na Ilha de Paris, banhada pelo Sena. O estilo oponente revelava o poder da ascensão da religiosidade com expressão de valor, que serviu para inspirar diversas outros templos. Esse formato arquitetônico serviu ainda para criar estruturas imensas com segurança e estilo.

Incêndio dessa proporção faz o mundo repensar nas conservações de seus monumentos históricos e peças raras que registram a antropologia, a cultura e a historia da humanidade. O fogo não tem juízo e nem emoção. Em questão de instantes acaba com registros jamais recuperáveis e deixa uma lacuna na historia. Destruição como esta acaba com roteiros turísticos que rendem milhões anualmente numa cadeia de valor que pode ser comprometida.

O Brasil sentiu uma dor semelhante quando viu virar cinzas o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, quando a história do tempo imperial e outras relíquias da história da América do Sul, simplesmente expirou junto com a fumaça. Foram duzentos anos de história do prédio, quinhentos anos de história do Brasil, e mais de quatro mil anos de história do continente. Restou uns dez por cento dos registros dos acervos do nosso Museu Nacional. De Notre-Dame não se sabe ainda o que restará.

Monumentos assim precisam de reformas constantes, manutenção minuciosa e zelo imprescindível. São investimentos que compensam pelo valor histórico, para a ciência e para o negócio do turismo. Cartões postais que desaparecem da paisagem de grandes cidades mundialmente conhecidas, e saudades que abalam lembranças de visitantes que puderam em alguns momentos viajar no tempo de representação de valor imensurável.

Por aqui também temos parte da história, da cultura, da antropologia, de um mundo que não volta mais. Os museus e peças históricas de nosso estado estão por ai, algumas guardadas e outras não sabidas. Esses abalos recentes servem para repensar e reprojetar os cuidados dispensados para o que ainda resta e precisa ser preservado. Que o drama do fogo não chegue por aqui.