Só mais uma série, apenas mais um quilômetro, 10 quilos a mais. Para pessoas acostumadas à prática de atividade física, aumentar a intensidade dos exercícios faz parte da rotina de treinos.
De acordo com o portal Saúde Logo,os treinos de alta intensidade têm grande procura por pessoas que desejam principalmente emagrecer de forma rápida e saudável.
Porém, é bastante comum ouvir casos de desportistas e atletas que exageram nos treinos, seja por utilizar uma carga maior do que a musculatura está preparada para suportar ou aumentando a intensidade de treinos aeróbicos, como corrida.
Os resultados desses exageros costumam ser os mesmos: fadiga em excesso, lesões em articulações, insônia, dificuldades para manter massa muscular, déficit no sistema imunológico e, muitas vezes, problemas psicológicos e emocionais.
A relação entre vigorexia e overtraining
Entre os praticantes de atividades físicas como musculação, sobretudo do sexo masculino, é comum ouvir reclamações com relação à musculatura, força e tamanho do corpo.
Essas reclamações costumam vir atreladas à rotinas de treino muito intensas, suplementação e até mesmo uso de anabolizantes. Porém, para as pessoas que apresentam o transtorno chamado vigorexia, os resultados alcançados frequentemente estão abaixo do esperado.
A vigorexia, ou “síndrome de Adônis”, é, em certos aspectos, semelhante à anorexia nervosa. Contudo, enquanto pessoas que sofrem de anorexia se vêem obesas, ainda que estejam muito magras e possam até apresentar quadro de desnutrição, portadores de vigorexia acreditam estar magros, mesmo que sejam musculosos e robustos.
Buscando alcançar padrões de beleza definidos como ideais pela sociedade contemporânea, os portadores desse transtorno recorrem à dietas com alta concentração de proteínas, suplementação feita muitas vezes sem o acompanhamento de nutricionistas e uso de hormônios sintéticos para aumento de força, volume e massa muscular.
O endocrinologista Alfredo Halpern e a nutricionista Jéssica Borrelli apontam, porém, que o uso indiscriminado desses produtos, sem orientação médica, pode causar efeitos colaterais, como risco maior de problemas no coração, aumento do colesterol ruim, problemas no fígado, infarto, derrame e até mesmo câncer.
Efeito contrário
Seja para ganho de força ou da velocidade, ou ainda pela melhora do alongamento, o aumento progressivo na intensidade da rotina de treinos é comum em todas as práticas de atividade física, mas precisa ser feito com o acompanhamento de profissionais especializados, como personal trainers e nutricionistas.
Caso contrário, o praticante pode experimentar efeitos contrários a seus objetivos, como perda de massa muscular e redução no desempenho, fruto de lesões ocasionadas pelo overtraining.
O excesso de treino pode levar à queda do condicionamento físico e do sistema imunológico, resultando em dores musculares constantes e dificuldade na recuperação pós-treinos.
Pessoas que excedem suas capacidades físicas durante a prática de atividade podem ainda experimentar insônia, lesões agudas e crônicas, desequilíbrio no sistema hormonal, irritabilidade, diminuição de performance e alteração da pressão arterial.