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Diário da Amazônia

Paciente com suspeita de ebola é transferido para o Rio

O paciente com suspeita de ebola vindo da Guiné, na África, foi transferido de Cascavel (PR) para o Rio de Janeiro por volta das 5h desta..

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Publicado: 10/10/2014 às 15h36min | Atualizado 28/04/2015 às 16h30min

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O paciente com suspeita de ebola vindo da Guiné, na África, foi transferido de Cascavel (PR) para o Rio de Janeiro por volta das 5h desta sexta-feira (10).
Souleymane Bah, 47, ficará internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio. O paciente não passou pelas áreas comuns do aeroporto.

Trazido de madrugada, ele foi transportado do avião para a ambulância na pista do aeroporto e foi direto para o instituto para evitar qualquer risco de contato com outras pessoas.
O africano ficará isolado durante o período de observação. Bah estava hospitalizado em uma unidade de pronto-atendimento em Cascavel com quadro febril.

Amostras de sangue do paciente serão coletadas e outros exames devem ser realizados para que a suspeita seja descartada ou não.
Os dois hospitais de referência no Brasil para detecção e eventual controle da doença são o Evandro Chagas, no Rio, e o Emílio Ribas, em São Paulo.
O vírus é transmitido por fluídos corporais de pessoas ou animais infectados. Os principais sintomas são febre, dores de cabeça, nos músculos e articulações, e garganta seca. Em quadros avançados há hemorragia.

PERCURSO DA VÍTIMA

Bah estava internado no isolamento de uma Unidade de Pronto Atendimento no bairro Brasília. Antes de chegar ao Brasil, ele fez uma escala no Marrocos.
O paciente já apresentava quadro de febre alta, mas não tinha hemorragias ou vômitos.
Estado e prefeitura também trabalham com a suspeita de que possa ser um caso de malária ou dengue hemorrágica, uma vez que os sintomas são semelhantes.

Um médico e uma enfermeira de Cascavel acompanharam o paciente que desembarcou da ambulância caminhando e se dirigiu até a aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira), que os aguardava no aeroporto municipal Coronel Adalberto Mendes da Silva.
A transferência exigiu uma série de medidas que fazem parte de um protocolo internacional quando há casos suspeitos de ebola. A ambulância, preparada para fazer o transporte até o aeroporto, chegou a UPA 2 por volta das 3h40. A equipe estava paramentada com roupas especiais para evitar uma possível contaminação.

O paciente, que também recebeu roupas especiais para a viagem, foi preparado meia hora antes de seguir para o aeroporto. A ambulância seguiu escoltada por um carro da Polícia Militar.


Saiba Mais


 

Os três pilotos da aeronave da FAB também precisaram usar as vestimentas especiais para a viagem. O avião decolou por volta das 5h.
No Rio de Janeiro, uma equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez a desinfecção do avião no aeroporto do Galeão.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, é o primeiro caso suspeito da doença que foi notificado por uma prefeitura neste ano.
O Ministério da Saúde enviou dois médicos infectologistas a Cascavel (498 km de Curitiba) na noite desta quinta-feira (9). Eles são responsáveis em avaliar as pessoas que tiveram contato com o homem, notificado com suspeita de ebola.

Após a avaliação eles definirão quem são as pessoas que poderão ser liberadas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 2. Várias pessoas estão proibidas de deixarem a unidade, entre médicos e pacientes. Dois policiais militares que faziam a escolta de um preso também estão retidos na UPA por precaução.

O guineano Souleymane entrou no Brasil pela Argentina e pediu refúgio no dia 23 de setembro no posto da Polícia Federal na cidade de Dionísio Cerqueira (SC).

Ao lado de Serra Leoa e Libéria, a Guiné é um dos três países que mais registraram casos de morte pela doença no continente.
O atual surto de ebola, o pior que se tem conhecimento, já havia matado 3.879 pessoas até o dia 5 de outubro, segundo estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde).

No último mês, outros dois casos suspeitos semelhantes, de pessoas vindas da África, foram notificados ao Estado do Paraná por prefeituras. Nestas situações, porém, foram considerados suspeitas de malária, já que os pacientes não vieram de países africanos com registro de surto de ebola.
Na noite desta quinta (9), a UPA 2 estava interditada, com portas fechadas. Pacientes que precisavam de atendimento emergencial eram orientados por um segurança na portaria a procurar outra unidade de saúde.

A balconista Raquel Cristina Leite foi à UPA por volta das 21h porque sua mãe está internada desde a noite de quarta (8). Ela disse que ficou sabendo que a unidade estava interditada e imediatamente correu para o local para obter informações. “Minha cunhada me ligou avisando que ninguém entrava e ninguém saía”, disse.

Uma irmã de Raquel está junto com a mãe no interior da unidade e conversou com ela por telefone. “Os médicos tranquilizaram ela, disseram que tem que ver se é ou se não é esse ebola”, contou.

Parentes de pessoas internadas e curiosos foram até o local depois que emissoras de rádio e TV passaram a divulgar a suspeita no início da noite.

* As imagens desta matéria são de uma simulação feita no aeroporto de Guarulhos



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