Porto Velho/RO, 22 Março 2024 20:47:33
Diário da Amazônia

Páginas no Facebook amplificaram boato sobre fraude em urnas

A rede RFA administra páginas e sites com nomes parecidos com os da imprensa e consegue lucrar com anúncios, mesmo quando não publica fatos

Por Estadão Conteúdo
A- A+

Publicado: 13/10/2018 às 17h50min

Administradora espalhou boato sobre urnas
Alan Marques/Folhapress

A rede RFA administra, além das páginas de Facebook, sites com nomes parecidos com os da imprensa tradicional: Correio do Poder Crítica Política, Folha Política, Gazeta Social e Política na Rede. Com isso, conseguem reverter o alto engajamento em cliques e lucrar com anúncios de plataformas.

O conteúdo publicado por essas páginas e sites varia entre a republicação de reportagens, menções positivas a Bolsonaro e correligionários e divulgação de boatos.

No dia 7 de outubro, votação em primeiro turno, por exemplo, as páginas da RFA foram uma das responsáveis por dar voz ao boato de que as urnas eletrônicas estavam sendo fraudadas. O site Folha Política divulgou que um delegado havia identificado fraudes em urnas no Paraná. Na verdade, tratava-se uma suposição não confirmada do candidato a deputado federal pelo PSL, o delegado Francischini, que já usou dinheiro de sua cota parlamentar para a empresa vinculada à RFA, em 2017. “A Rede RFA provavelmente teve uma grande influência no voto das pessoas por conta de sua capilaridade e alcance a milhões de pessoas em tempo real”, disse o coordenador da Avaaz, Diego Casaes.

A RFA cresceu associada à imagem de militantes pró-impeachment como os recém-eleitos deputados federais Alexandre Frota e o líder do Movimento Brasil Livre Kim Kataguiri, além da deputada estadual eleita Janaína Paschoal e o líder do Revoltados Online, Marcello Reis. No caso de Frota, a rede é dona de sua página oficial — o próprio ator tem somente poderes de editar conteúdo.

Um dos grandes parceiros e impulsionadores do movimento foi o Revoltados Online. “A gente defendia as mesmas causas”, contou Reis. “Ele queria que houvesse um rosto para o MCC.”

Ernani já era conhecido por trabalhar com um canal no Youtube que tinha Kim Kataguiri como um de suas figuras — o Ficha Social. O deputado recém eleito disse que só ficou seis meses no projeto, em 2014. “Não foi para a frente na época”.



Deixe o seu comentário