No momento em que enfrentamos um dos momentos mais críticos um de nossa história, com a pandemia mundial do coronavírus, vivemos também um dilema existencial, ao ponto de nos perguntarmos como será o mundo depois do coronavírus?
O avanço dessa pandemia, que nos impõe o isolamento social e a paralisação de muitas atividades econômicas e sociais, tem causado medo, insegurança e muitas incertezas com relação ao nosso futuro.
Mas também estamos assistindo uma onda de união e solidariedade, que vem crescendo na medida em que as pessoas se dão conta de que o mais importante na vida é mesmo estar com as pessoas que amamos, com a nossa família e amigos, e trabalhar para que a nossa comunidade, a nossa cidade, o nosso Estado, o nosso País e o mundo inteiro se desenvolvam e que todos possamos viver dias melhores.
O isolamento social está se tornando um grande gesto de solidariedade. Estamos em casa para salvar vidas e estamos sentindo o quando é importante estarmos juntos.
A redução das atividades econômicas é temporária, e logo, com a união de todos – das pessoas e das empresas – com o apoio do poder público, juntos, retornaremos com força total.
Vamos usar esse momento de isolamento e paralisação para repensar nosso modelo de sociedade, nossa democracia – que precisa ser fortalecida, e principalmente nosso sistema de saúde pública.
Está claro que precisamos de mais hospitais. De unidades de saúde bem equipadas para atender nossa gente na normalidade e nos períodos de crise como o que estamos enfrentando.
Precisamos investir mais em pesquisa, na ciência e tecnologia, para termos condições de fabricar aqui no Brasil os equipamentos, os exames, as vacinas e os remédios para cuidar da saúde de nossa gente.
Também precisamos repensar nosso modelo econômico e adotar já as medidas necessárias para facilitar o empreendedorismo, para estimular a atividade produtiva e fazer a roda da economia girar.
Aqui no Senado estamos fazendo a nossa parte, aprovando diversas medidas de combate à pandemia e para socorrer a nossa economia. O governo precisa atuar com mais agilidade para que o Brasil não sofra tanto os impactos dessa crise.
Todos sabemos que é a capacidade de empreender e a criatividade do brasileiro que vão tirar o Brasil da crise. Mas o governo precisa criar as condições para que as empresas possam trabalhar e gerar emprego. Isso se faz com menos impostos, redução da burocracia, mais crédito, renegociação das dívidas e mais assistência técnica para quem quer produzir.
Enfim, vamos aproveitar esses últimos dias da Semana Santa, que antecede o Domingo de Páscoa, em que relembramos a ressureição de Jesus, para renovar nossa esperança na humanidade, na capacidade que temos de ajudar uns aos outros, de abraçar o próximo e de viver em paz.
Toda crise traz consigo algumas oportunidades. Toda crise também mostra quem são os verdadeiros líderes e quem tem capacidade de gestão, de dialogar com todos, de superar as dificuldades com coragem e altivez, pensando na coletividade, e apontando novos caminhos com sabedoria.
Vivemos um momento de crise profunda, é verdade, mas vamos superar o medo e as incertezas planejando o futuro melhor que queremos para todos, para nós, nossos filhos e netos, e trabalhando muito para que ele aconteça.
Uma Feliz Páscoa a todos!