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Editorial

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Publicado: 07/12/2019 às 07h07min

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Pelos números não tem como contestar derrubadas

Quando repercutiu em todo o mundo, o alto índice de queimadas e de derrubadas na Amazônia, o governo logo se adiantou em justificar que..

Quando repercutiu em todo o mundo, o alto índice de queimadas e de derrubadas na Amazônia, o governo logo se adiantou em justificar que os índices estavam dentro do que ocorria todos os anos. A notícia dada pela agência do mesmo governo demonstra dados assustadores. Em apenas 16 ações civis públicas ajuizadas pela Advocacia-Geral da União, contra apenas 33 réus, somam mais de 26 mil hectares derrubados e queimados na Amazônia Legal.

Outro número ainda mais impressionante é o valor das multas aplicadas pela Força-Tarefa, que somam mais de R$ 500 milhões. Essas ações foram ajuizadas contra três dezenas de grandes proprietários, imagine o quanto mais existe de área desmatada em que a fiscalização não conseguiu chegar e autuar.

Outro dado que chama atenção é que essa onda de desmatamento aconteceu na região oeste do Brasil, que faz parte do Arco de Fogo, com grande influência da exploração madeireira com muitos casos de desmatamentos ilegais, inclusive dentro de áreas protegidas. O maior estrago foi constatado nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amazonas, onde reina a política desenvolvimentista sem a menor preocupação com a sustentabilidade.

Apesar de tanto avanço tecnológico, isso demonstra que o país ainda vive um modelo inadequado de ocupação do espaço agrário, com sistema de cultivo expansivo e danoso ao ecossistema.


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