Imagens impressionantes de uma nuvem de gafanhotos foram divulgadas pelas autoridades da Argentina nessa segunda-feira (22/06), causando apreensão entre os produtores rurais argentinos e, agora, os brasileiros. O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), que monitora a situação desde maio, publicou um alerta de perigo sobre o avanço dos insetos na fronteira do Rio Grande do Sul.
Segundo a Argentina, a nuvem veio do Paraguai e chegou à província de Santa Fé, na Argentina, no dia 17. Dois dias depois, avançou pelo Rio Paraná até Corrientes. O Senasa comunicou que a previsão é de que, com os fortes ventos, os gafanhotos cheguem ainda nesta terça-feira (23/06) hoje à província de Entre Rios.
Técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária da Argentina estão em campo e pedem para que os produtores relatem qualquer ocorrência do tipo. “Devemos lembrar que, em aproximadamente um quilômetro quadrado, até 40 milhões de insetos podem se mobilizar e comer as pastagens, o que equivalente ao que 2 mil vacas consumiriam em um dia”, explicou o governo da província de Córdoba, um dos que monitoram o fenômeno.
O mapa de alerta (veja abaixo) mostra em uma faixa vermelha as regiões do país que estão em “perigo”. Parte delas faz fronteira com o Rio Grande do Sul.
Nuvem de destruição
De acordo com o ministério argentino, a nuvem se movimentou por quase 100 quilômetros em um dia devido às altas temperaturas e ao vento. Imagens divulgadas pela pasta e pelo Senasa mostram a chegada da nuvem a Santa Fé e a destruição causada pelos insetos em uma lavoura de milho, ainda em maio, em uma localidade da província de Formosa. Veja o vídeo:
#Alerta #Langosta 🦗⚠️#SantaFe
Como habíamos pronosticado, la manga de langostas ingresó a la provincia en el día de hoy y luego de desplazarse casi 140 km se asentó en cercanías de la localidad de Lanteri. pic.twitter.com/YHPHSEN8H5— Senasa Argentina (@SenasaAR) June 18, 2020
O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar ressaltam que os gafanhotos podem causar danos às culturas e aos pastos, mas não às pessoas. “Eles podem causar danos às culturas e aos pastos, mas não constituem um risco para as pessoas”, disse em um comunicado.
Segundo especialistas, o fenômeno da nuvem de gafanhotos geralmente surgem quando ocorre um aumento exagerado na quantidade de gafanhotos em determinada região. O aumento populacional da espécie está ligado a mudanças climáticas. Em excesso e com fome, eles se aglomeram e se deslocam para procurar alimentos.
Fonte: Metrópoles