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Diário da Amazônia

Pesquisa mostra mudanças no rendimento médio habitual do trabalhador brasileiro

Levantamento utilizou dados de junho da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, feita pelo IBGE.

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Publicado: 11/08/2020 às 16h48min | Atualizado 11/08/2020 às 16h52min

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou que a pandemia do novo coronavírus tem prejudicado a renda efetiva dos trabalhadores brasileiros e que o Auxílio Emergencial é o único rendimento em 4,5 milhões de domicílios no país. O levantamento utilizou dados de junho da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, feita pelo IBGE, que tem entre os seus objetivos mensurar os impactos do novo coronavírus no mercado de trabalho.
No mês de junho, segundo o Ipea, os rendimentos médios habitualmente recebidos foram de R$ 2.332. Em contrapartida, os rendimentos médios efetivamente recebidos foram de R$ 1.939, o que corresponde a 83% dos salários habituais. Para efeitos de comparação, o estudo cita os dados da Pnad Contínua dos trimestres que englobam os meses de maio, junho e julho entre 2012 e 2019, período em que a renda média efetiva foi somente 0,03% maior que a renda média habitual.
O economista Sandro Sacchet, do Ipea, autor do estudo, alega que, com exceção do mês de dezembro em que há muitas contratações temporárias por conta do natal, a diferença entre as rendas médias efetiva e habitual é muito pequena. Segundo ele, o estudo conseguiu atestar os efeitos da pandemia nos salários dos trabalhadores brasileiros. “A renda efetiva é sempre muito parecida com a habitual, segundo os históricos da Pnad Contínua. Por isso, consegue-se afirmar que essa diferença que foi encontrada na pesquisa reflete o impacto da pandemia”, explica o pesquisador.
A pesquisa do Ipea também aponta que o auxílio emergencial do governo federal foi a única fonte de renda em 4,5 milhões de domicílios brasileiros (6,6% do total). Segundo o levantamento, entre maio e junho o número de residências que dependem exclusivamente aumentou em um milhão. Em outro estudo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), também baseado em dados do IBGE, concluiu que o auxílio emergencial fez com que o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza caísse de 4,2% para 3,3%, entre maio e junho deste ano. Nas regiões Norte e Nordeste, de acordo com o levantamento, a renda aumentou aproximadamente 11,7%. Segundo o governo federal, quase 70 milhões de brasileiros foram considerados elegíveis para receber o auxílio emergencial. Até o momento, os investimentos com o benefício ultrapassam R$ 141 bilhões.

Com informações do portal Brasil 61



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