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Diário da Amazônia

PF conclui que não houve edição em gravações

Laudo será entregue ao Supremo Tribunal Federal na próxima semana.

Por O Globo
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Publicado: 25/06/2017 às 05h50min

Perícia da Polícia Federal concluiu que não houve edição nas gravações feitas pelo dono da JBS Joesley Batista. Segundo os peritos, há cerca de 200 interrupções no áudio em que Joesley aparece falando com o presidente Michel Temer. As “descontinuidades” seriam consequência das características técnicas do gravador usado para registrar a conversa. O resultado do laudo já foi informado informalmente ao relator do inquérito no supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.
A Procuradoria-Geral da República pediu que o laudo concluído pelos peritos já fosse enviado ao MPF. O ministro Edson Fachin autorizou a remessa ainda nesta sexta-feira à PGR. O Palácio do Planalto informou que não iria comentar por não conhecer o relatório.

Advogado de Temer, Antônio Claudio Mariz de Oliveira disse ao G1 que ainda precisa conhecer a perícia, mas argumentou que não é uma análise definitiva:

“Mas posso adiantar que laudo não é uma verdade absoluta. Se existe um laudo dizendo que não houve manipulação, existem outros três dizendo que houve. É uma questão de análise e de julgamento final da autoridade responsável. E essa prova está sendo contestada sob outros aspectos, principalmente sobre a licitude”, disse Mariz.

O gravador tem um microfone sensível ao som ambiente. O equipamento é acionado automaticamente pela emissão de sons, especialmente da voz humana. Da mesma forma, deixa de funcionar, ou funciona de num ritmo mais lento, na ausência de sons. Isso explicaria inclusive porque a íntegra da gravação teria aproximadamente cinco minutos a menos que a programação da CBN, registrada por Batista na chegada e na saída no Palácio do Jaburu, na noite da conversa.

Na conversa, Batista fala sobre a compra de um procurador da República, a manipulação de dois juízes federais e o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro. O suborno sistemático seria uma forma de impedir que os dois fizessem acordo de delação.



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