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Diário da Amazônia

Polícia Federal faz operação e prende deputados estaduais

O governo do Rio de Janeiro disse que "desconhece os fatos e não teve acesso aos autos do processo".

Por R7.com
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Publicado: 08/11/2018 às 08h35min | Atualizado 08/11/2018 às 08h37min

 

Divulgação/Alerj

Policiais federais cumprem mandados de prisão contra políticos no Rio de Janeiro na manhã desta quinta-feira (8). Entre os alvos, estão deputados estaduais, o presidente do Detran/RJ e um secretário do governo de Luiz Fernando Pezão (MDB).

A ação, batizada de Furna da Onça, é um desdobramento da operação Cadeia Velha, que prendeu há um ano o então presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do MDB.

Os agentes da PF cumprem 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) — após decisão unânime de cinco desembargadores. A Alerj foi um dos locais onde os policiais estiveram nesta manhã.

O MPF (Ministério Público Federal) divulgou os nomes dos alvos de mandados de prisão. São eles:

• André Correa, deputado estadual (DEM)
• Chiquinho da Mangueira, deputado estadual (PSC)
• Coronel Jairo, deputado estadual (MDB)
• Luiz Martins, deputado estadual (PDT)
• Marcelo Simão, deputado estadual (PP),
• Marcos Abahão, deputado estadual (Avante)
• Marcos Vinícius “Neskau”, deputado estadual (PTB)
• Affonso Monnerat, secretário de Governo
• Leonardo Silva Jacob, presidente do Detran/RJ
• Vinícius Farah, ex-presidente do Detran/RJ e deputado federal eleito pelo MDB

Além desses, também foram expedidos mandados contra Jorge Picciani, que se encontra em prisão domiciliar, Albertassi e Paulo Melo.

A investigação apura um esquema de corrupção envolvendo compra de votos de parlamentares com dinheiro de propina e distribuição de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo criminoso era chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral, que está preso. A propina era paga para garantir que interesses de políticos participantes do esquema fossem atendidos no Legislativo estadual.

O mensalinho era pago por meio de superfaturamento de contratos estaduais e federais. Ainda segundo a PF, os parlamentares também eram beneficiados com a distribuição de cargos em órgãos públicos do Estado, com o alocamento de mão de obra comissionada ou terceirizada.

O nome da operação, Furna da Onça, faz referência à sala usada pelos deputados para discutir como votariam antes das sessões, momento descrito por eles como a hora de a “onça beber água”.

O governo do Rio de Janeiro disse que “desconhece os fatos e não teve acesso aos autos do processo”. O Detran respondeu por meio de nota que “está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento”.



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