A situação das estradas em Rondônia continua críticas por causa das chuvas intensas que caem na região. O transbordamento de rio tem abalado estruturas de pontes, causando isolamentos de comunidades e prejudicando o escoamento de produtos agrícolas. Até as rodovias federais que tem manutenções com mais frequências estão com trechos críticos, como no quilômetro 35 (distrito de Araras) da BR-425 que liga Abunã a Guajará-Mirim, onde no final de semana a água superou o nível da superfície da ponte.
Segundo nota do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre), uma equipe foi encaminhada para fazer a elevação de 50 centímetros para evitar o isolamento dos municípios de Nova Mamoré e Guajará Mirim. O serviço causou a interdição da rodovia no domingo e segunda-feira. A antiga ponte da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou com a superfície submersa. Outros pontos da mesma rodovia BR-425 também apresentam risco da água cruzar a pista e encobrir outras pontes, inclusive na cachoeira Ribeirão.
Outra preocupação do DNIT é com o trecho da rodovia BR-364, na antiga vila Mutum-Paraná, onde foram feitos serviços de elevação da pista, mas o nível do rio Madeira continua subindo e ameaçando a tráfego. Caso a enchente cubra essa parte da estrada, além isolar distritos de Porto Velho e os municípios de Guajará Mirim e Nova Mamoré, causará também o isolamento do estado do Acre.
Municípios buscam recuperar pontes
Diversas pontes em estradas rurais foram afetadas pelas cheias de rios e igarapés, prejudicando o acesso de comunidades e o transporte de produtos agrícolas. Em Ariquemes, a linha C-65 foi a mais prejudicada com as cheias no vale do Jamari. As tábuas da superfície da ponte sobre o rio Branco foram arrastadas pelas águas no dia 11 de fevereiro, e comunidade ainda aguarda pelos reparos.
Enquanto isso os moradores precisam fazer um desvio de 12 quilômetros a mais no trajeto, passando pela RO-257. A situação piorou na semana passada quando o rio Branco teve nova cheia e encobriu ainda mais a ponte, e com isso, impede o serviço de recuperação.
Em Ji-Paraná o setor mais afetado é o projeto Riachuelo perto da divisa com Mato Grosso. Nos temporais prolongados o rio Riachuelo chega encobrir a ponte impedindo a passagem de veículos. Outros trechos das linhas 94 e 98 as águas dos igarapés cruzam as estradas e causam erosão. Os moradores tem dificuldades para transitar até mesmo em dias sem chuvas por causa das crateras, bueiros afetados e estradas esburacadas.
Outros municípios como Rolim de Moura e Presidente Médici tiveram que interromper o transporte escolar na penúltima semana de fevereiro por causa das condições das estradas. Em Jaru mesmo com chuvas a prefeitura vem trocando bueiros para garantir a trafegabilidade no setor rural.
Nazaré terá nova passarela
Em Porto Velho a situação no baixo Madeira é o mais grave no setor rural. As comunidades e distritos que precisam da estrada da Penal (RO-005) tem dificuldades em alguns trechos muito esburacados e até pontos de atoleiros. O fluxo de carretas para os portos danificam ainda mais do trecho inicial até a comunidade Cujubim. Nesse trecho a obra de asfaltamento foi paralisada por causa das chuvas.
A prefeitura de Porto Velho iniciou um trabalho de auxílio imediata para as comunidades mais distantes. Para o distrito de Nazaré foram enviadas 600 tábuas de madeira para a construção de passarela. Os serviços são realizados pelos moradores que tem dificuldades para transitar no distrito por causa dos alagamentos.
O secretário de Meio Ambiente, Robson Damasceno, disse que a madeira que seguiu para Nazaré foi transportada de Vista Alegre do Abunã. Apesar da distância, o secretário disse que houve uma concentração de forças da sua equipe para que fosse agilizado o transporte.