População recebe serviços gratuitos

Moradores da zona Sul de Porto Velho participaram do mutirão da cidadania na Escola Tancredo Neves, no bairro Caladinho. O evento, que aconteceu no último sábado e foi promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da 14ª região, prestou serviços gratuitos à população. Esta é a 7ª edição do programa “TRT Comunidade” que visa o atendimento do cidadão em sua própria comunidade e promover o acesso à cidadania.

O mutirão faz parte do planejamento estratégico do Tribunal do Trabalho, que atua como intermediador entre os demais órgãos presentes e a comunidade “é importante juntar uma maior gama possível de serviços e atender um universo grande de pessoas que necessitam deles, mas que naturalmente teriam dificuldades em obtê-los”, ressaltou Francisco José Pinheiro Cruz, presidente do TRT.

Ele ainda explicou que quando você traz esses serviços até a comunidade fica mais fácil para a população “isso faz com as pessoas não tenham que se deslocar em dia útil, gastando. É melhor quando a gente traz próximo ao seu local de convívio”, conclui o presidente.

População com acesso aos serviços essenciais

Ao todo 25 parceiros contribuíram para oferecer diferentes serviços gratuitos de: assistência jurídica, médica, emissão de documentos, e beleza. Para isso foram montadas 16 salas de atendimento. Para o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Marcos Cutrim, a facilidade dos cidadãos em terem acesso a serviços essenciais é muito importante. “É um direito buscar o Poder Judiciário, aqui tem atendimento feito pelos magistrados sobre dúvidas relacionadas ao contrato de trabalho, denúncias de fraudes trabalhistas, denúncias de trabalho infantil e de condições de trabalho inadequadas”, conclui Marcos.

As denúncias feitas pelos trabalhadores podem ocorrer de forma sigilosa para não prejudicá-los “se ele sentir inseguro na hora da denúncia é possível colocar em sigilo porque a lei nos permite resguardar os dados do trabalhador para apurar se a denúncia é verdadeira ou não, para que não seja perseguido pelo seu patrão por ter denunciado algo incorreto no seu ambiente de trabalho”, afirmou Cutrim.

Elionel de Carlos S. da Silva, morador da região, procurou o MPT para solicitar esclarecimentos quanto a sua atual situação. Ele relatou que atualmente está desempregado “eu fui a algumas empresas atrás de emprego e não consegui porque meu nome está restrito, não me contratam porque meu nome está no Serasa”, disse ele.

Juízes tiram dúvidas e realizam atendimentos básicos

A ação realizado pelos juízes do trabalho presentes no evento era de orientação na área trabalhista, afirmou Luzinalia de Souza Moraes, juíza do trabalho e presidente da Associação dos Magistrados Trabalhistas, da 14ª região (Amatra 14). Segundo ela, as maiores queixas são relacionadas ao rompimento do contrato de trabalho em que as empresas não fazem o acerto com o trabalhador “hoje nós sentimos os trabalhadores muito conscientes dos seus direitos, algumas vezes eles têm desconhecimento do que fazer, aonde ir, quem procurar e como fazer, mas tem o ímpeto de procurar seus direitos”, ressaltou Luzinalia.

A Defensoria Pública do Estado (DPE) participou do evento com maior número de atendimento voltado para a área de família “casos de divórcios, guardas e pensões alimentícias foram os mais procurados, além de casos na área civil, sobre a saúde das pessoas que não conseguem marcar uma cirurgia ou não conseguem marcar algum médico específico”, informou Valmir Júnior Rodrigues Fornazari, defensor público.

“Esse lugar está sendo ótimo e está me ajudando bastante, tem muita coisa” afirmou Ivonete Castro Ribeiro, moradora do Aeroclube. A residente da região relatou que usufruiu de vários serviços como orientação odontológica, limpeza de pele e atendimento na DPE “fui lá para resolver um problema de pensão alimentícia, eu não estou recebendo nada de pensão”, concluiu.

Muitas pessoas aproveitaram a oportunidade para tirar documentos. João Bosco Silveira, que reside nas proximidades do evento, compareceu para fazer a identidade e carteira de trabalho do filho “eu vim tirar os documentos e vim resolver alguns problemas referentes à Justiça”. Outro morador da zona Sul, Jeeson Gustavo Pereira, compareceu ao local para fazer a carteira de trabalho “é mais fácil vir aqui porque não preciso pegar ônibus, posso vir a pé. Quando fui lá tentar tirar o sistema estava fora do ar, não posso faltar às aulas”, disse Jeeson.

A faculdade Fimca estava realizando atendimento odontológico e de fisioterapia “estamos orientando sobre a higiene bucal, alimentação e escovação. Também está tendo aplicação de flúor” comunicou Ana Cláudia Pereira Marinho, professora da faculdade de odontologia da Fimca. Ela ressaltou que depois da orientação passada sobre os cuidados odontológicos, a comunidade ganhou kits para higienização bucal.

Abertura da campanha de vacinação contra pólio

Alguns moradores procuraram o setor de vacinação para regularizar o cartão de vacina “o atendimento aqui é ótimo porque no horário de trabalho fica mais difícil, não dá tempo”, afirmou Jaiza Adalgisa Oliveira de Souza. Mirtha Nunes levou seus dois filhos para tomarem as vacinas “é a primeira vez que estou vindo, é uma grande oportunidade que estamos tendo”, disse ela.
Maria Imaculada, do Programa Estadual de Imunização Soro imunológica informou que é a abertura da campanha de vacinação da poliomielite “começa hoje e vai até o dia 31 de agosto, vai ocorrer em todos os postos de saúde”.

O tema sobre os direitos das crianças e adolescentes também foi levado ao mutirão, Massino Araújo, coordenador da Secretaria de Assistência Social do Estado de Rondônia (Seas) relatou que já tinham realizado 50 atendimentos sobre o assunto “estamos orientando sobre quais equipamentos atendem à política de assistência social dentro do município de Porto Velho, dando atendimento com psicólogas e assistentes sociais”, relatou.