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Diário da Amazônia

Porto, Velho Porto – Histórias da cidade onde nasci e vivo

Nesta edição damos continuidade às histórias que fazem parte do livro de minha autoria, que está prontinho para ser publicado,..

Por Silvio Santos Diário da Amazônia
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Publicado: 03/04/2019 às 17h21min | Atualizado 03/04/2019 às 17h43min

Nesta edição damos continuidade às histórias que fazem parte do livro de minha autoria, que está prontinho para ser publicado, “PORTO, VELHO PORTO – HISTÓRIA DA CIDADE ONDE NASCI E VIVO”.

São histórias que pesquisei em publicações de vários autores que se preocuparam com a nossa história como Esron Menezes, Amizael Silva, Abnael Machado de Lima, Yedda Bozarcov, Manoel Rodrigues, Hugo Ferreira e em especial do meu amigo professor Francisco Matias, porém, a maioria das histórias relatam fatos vividos por mim, já que apesar de ter nascido no Distrito de São Carlos, vivi minha infância, adolescência e vivo até hoje, em Porto Velho. Muitas das histórias que os amigos tomarão conhecimento a partir de hoje, são exclusivas, pois foram vividas por mim, como é o caso do “Trem da Feira” e muitas outras. Infelizmente pelas normas acadêmicas, meu livro não pode ser considerado como de História, porém, as histórias nele contidas, posso garantir, (a maioria. foram vividas por mim) e as demais, são fruto de dias e dias de pesquisas.

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No tempo do Vaticano

Segundo Esron de Menezes onde hoje, é a sede dos Correios na Presidente Dutra com a Sete de Setembro existia um casarão. “Não sei por que chamavam de VATICANO, ali funcionava um posto fiscal de Mato Grosso”. Talvez, prossegue o historiador, por ter sido a sede dos Salesianos a população passou a chamar de “Vaticano”.

Os casarões construídos para abrigar os operários da Madeira Mamoré ficavam entre a Rua Divisória (Presidente Dutra) e a Farquar. Na hoje Sete Setembro, começando no meio da Rua Rogério Weber até a sede do Sated era a Casa Três, onde é o Sated foi a pensão Guaporé, onde está à sede do Ferroviário era o Clube Internacional, no local onde hoje fica a Capitania dos Portos era a famosa Casa Seis.

Na Rogério Weber sentido Caiari onde hoje existe o Centro de Formação de Professores foi o Hotel Brasil; Entre o mercado Central e o prédio do relógio com frente para Farquar existia um casarão onde funcionou a sede da prefeitura no tempo de Guapindaia. Já na década de sessenta serviu como alojamento dos jogadores do time do Ferroviário e abrigo dos “Arigós” (nordestinos que chegavam em Porto Velho).

A Casa do Bispo

Atrás do Palácio Presidente Vargas na Presidente Dutra com a D. Pedro II, existe uma casa que segundo o Cap. Esron Menezes, foi construída pelo comerciante Albino Henrique. “O governo comprou a casa do Albino Henrique e transformou-a em residência do Secretário Geral do Governo (uma espécie de vice-governador)”. Lá morou o doutor Hosana Bularmarques, doutor Pamplona e o Moacir de Miranda o mais conhecido entre os Secretários.

Por que dizem que ali era a casa do Bispo?

Porque ali foi realmente o Bispado, o governo deu a casa para o Bispo e depois tomou. Naquele tempo, não lembro se foi o governador Araújo Lima ou se foi outro, quem deu a casa para o Bispo Dom João Batista Costa morar e usar como bispado, depois, já no tempo da revolução de 1964, veio o coronel Cunha Menezes e tomou a casa do Bispo”.

A Catedral Metropolitana

A primeira catedral de Porto Velho foi construída onde é o palácio do governo. Acontece, conta Esron, que quando a construção já estava bem avançada, inclusive com a “nave” praticamente toda pronta, deu um temporal e derrubou tudo. Daí resolveram construir a catedral no local onde ela está hoje, ou seja, em frente à sede da Prefeitura Municipal.

As retretas da Praça Rondon

Quando eu completei quatro anos de idade, minha mãe veio morar em Porto Velho logo após o sepultamento do meu pai em Guajará Mirim. Lembro que para nos sustentar ela resolveu colocar “banca” na feira livre, onde vendia comida aos beradeiros.

A feira, quando aqui chegamos, funcionava em frente ao Mercado Municipal justamente onde hoje é a praça Getúlio Vargas em frente ao palácio.

Em 1952 a feira foi transferida para a então Rua do Coqueiro (hoje Euclides da Cunha), entre a sede do Clube Internacional (hoje Ferroviário) e a Usina de Energia Elétrica do Salft (sede da Ceron hoje), onde ficou até 1.958, quando o governador Ênio dos Santos Pinheiro Inaugurou o barracão da Feira Modelo que hoje é conhecido como Mercado Central entre a Euclides da Cunha e a Farquar.

Deu pra notar, que minha infância e adolescência foi vivida entre a Beira do Madeira e a José de Alencar. Por muito tempo moramos na Rua Farquar justamente em frente a Feira Modelo. Dali, vi o fogo destruir a padaria do Raposo (onde é a Guitar Music), a destruição também pelo fogo, dos Quiosques que existiam ao lado da Estação e da Cooperativa da Estrada de Ferro.

Os desfiles carnavalescos aconteciam na Presidente Dutra entre a D. Pedro II e a Sete de Setembro, bom! O que quero dizer, é que um dos pontos mais frequentados por nós e a população de Porto Velho aos domingos, era a Praça Rondon. Na Rondon enquanto esperávamos o início da primeira sessão do Cine Reski ficávamos paquerando as meninas e curtindo a Retreta que era realizada pela “Furiosa” a nossa Banda de Música da Guarda Territorial.

Todos os domingos, a Banda estava lá. Quem não gostava de ficar rodando na praça, ficava nas mesas do Restaurante e Bar Plaza que era bem ao lado da praça (antes, a pista da esquerda da rua Presidente Dutra separava a praça, do prédio aonde foi a loja Baú). O burburinho de gente aumentava na Rondon, tão logo terminava a matinê do cine Reski e do cine Brasil por volta das 18 horas e só terminava, quando começava a segunda sessão do cine Reski por volta das 21 horas.

O refrigerante da moda era o Grapete, a Coca Cola ainda não havia chegado a Porto Velho e após a matinê, a gente ia tomar sorvete na sorveteria Elite que ficava na Rua José de Alencar com a Sete de Setembro, em frente à loja dos Reski. “Quem bebe Grapete, repete” dizia o reclame. Seguindo pela Sete, onde hoje é o Banco Santander era o cine Avenida, mais conhecido como Cine Lacerda porque era da família Lacerda.

Tinha uma turma que preferia ficar no Clipper do João Barril que ficava no meio da Avenida Sete com a presidente Dutra, os mais conservadores preferiam o Café Central.

Quando o Café Santos passou a funcionar, no prédio construído pelo Joaquim Pereira da Rocha na esquina da Prudente de Moraes com a Sete de Setembro, abalou um pouco o movimento da praça Rondon. Aliás, em frente ao Café Santos ficava a Pernambucana que depois foi para onde hoje é uma loja da Romera.

Na praça Jonathas Pedrosa, que era cortada ao meio pela Rua José Bonifácio, existia o Posto São Luiz e foi lá, o primeiro terminal de transporte coletivo em Porto Velho cujos carros eram Kombi. A Sete de Setembro da praça Jonathas Pedrosa até a Gonçalves Dias não existia, era um buraco só. É por isso que existe a Rua Barão do Rio Branco (era o desvio da Sete).

A Porto Velho da minha infância e adolescência não passava da Joaquim Nabuco, mas era muito gostosa de viver

 



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