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Diário da Amazônia

Porto, Velho Porto – Histórias da cidade onde nasci e vivo

Nesta edição damos continuidade às histórias que fazem parte do livro de minha autoria, que está prontinho para ser publicado,..

Por Silvio Santos Diário da Amazônia
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Publicado: 10/04/2019 às 09h44min | Atualizado 10/04/2019 às 09h48min

A loja da família Adbom athallah na Barão do Rio Branco com a rua José de Alencar(Foto: Divulgação)

Nesta edição damos continuidade às histórias que fazem parte do livro de minha autoria, que está prontinho para ser publicado, “PORTO, VELHO PORTO – HISTÓRIA DA CIDADE ONDE NASCI E VIVO”.

São histórias que pesquisei em publicações de vários autores que se preocuparam com a nossa história como Esron Menezes, Amizael Silva, Abnael Machado de Lima, Yedda Bozarcov, Manoel Rodrigues, Hugo Ferreira e em especial do meu amigo professor Francisco Matias, porém, a maioria das histórias relatam fatos vividos por mim, já que apesar de ter nascido no Distrito de São Carlos, vivi minha infância, adolescência e vivo até hoje, em Porto Velho. Muitas das histórias que os amigos tomarão conhecimento a partir de hoje, são exclusivas, pois foram vividas por mim.

Infelizmente pelas normas acadêmicas, meu livro não pode ser considerado como de História, porém, as histórias nele contidas, posso garantir, (a maioria. foram vividas por mim) e as demais, são fruto de dias e dias de pesquisas.

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A Capela dos Inocentes

Fernando Guapindaia de Souza Brejense primeiro prefeito de Porto Velho, cujo governo foi marcado por uma série de atritos com a administração da Madeira Mamoré, após construir o cemitério dos Inocentes viu que ficou faltando uma capela onde as pessoas pudessem encomendar seus entes queridos, fato que fez com que uma professora tomasse a iniciativa de sair recolhendo donativos para a construção da referida capela, é claro que com a devida concordância do prefeito.

A professora em sua mendicância foi mal recebida por ferroviários portugueses, que se achavam prejudicados em seus interesses pelo Major Guapindaia. Um deles teria sido preso e metido a ferros anteriormente, provocando o maior rancor dos lusos contra o superintendente.

Quando a professora foi descartada pelos ferroviários, o chefe de polícia mandou prender outros quatro e também os teria espancado e chicoteado de “umbigo de boi”.

Foi o suficiente para dar-se início a um levante armado com entrincheiramento na “CASA SEIS”, galpão que ficava onde hoje é a Capitania dos Portos. O delegado, em vez de tomar as devidas providências, fugiu da cidade, restando ao major Guapindaia, entrincheirar-se em sua casa, que ficava onde se construiu a praça Rondon.

Os revoltosos, entrementes, conseguiram aprisionar o contínuo do superintendente e a única saída de Guapindaia foi negociar a troca do servidor pelos portugueses.

Os comerciantes do centro

Residência da família Reski na rua José de Alencar (Foto: Divulgação)

O comércio de Porto Velho se concentrava nas ruas Sete de Setembro, Presidente Dutra, José de Alencar, Barão do Rio Branco e Floriano Peixoto.

Na Sete a gente encontrava a loja dos Reski (ao lado do Cine Brasil) e do outro lado com a José de Alencar, a Casa Saudade de T.T. Dias (até pouco tempo foi Ponto 7), ao lado, o prédio da Associação dos Seringalistas e mais pra frente, à Pernambucana. Isso pelo lado esquerdo no sentido bairro.

Pelo lado direito, o Edifício Sônia Maria (Ligado a Praça Rondon); Livraria Violeta e do outro lado da José de Alencar, com a Sete, a Drogaria Nossa Senhora da Conceição do seu Boanerges Lima conhecido como o médico dos pobres; Sapataria Moderna do Manoel Português; Cine Avenida ou Lacerda (hoje Banco Santander), Banacre e Café Santos.

Pela José de Alencar, o edifício Feitosa (onde ficava a lanchonete Delta), a Casa de comércio do seu Abdon, e o comércio da família Chaquiam, na parte de baixo do prédio da Caixa dos Aposentados (hoje prédio do INSS), funcionava a agência da empresa aérea Cruzeiro do Sul cujo agente era o seu Bichara, depois foi para o outro lado da rua onde funciona um restaurante/padaria hoje. Na Floriano Peixoto tinha a casa comercial de Mourão & Irmãos e do seu Miguel Arcanjo, além da sede do jornal O Guaporé.

Pela Barão do Rio Branco existia a Casa Dragão de César Zoghbi, Jornal Alto Madeira, Jornal do Inácio Mendes (teve vários nomes), loja São Sebastião do seu Lucine Pinheiro, Rondomarsa (a primeira concessionária de veículos de Porto Velho) dos irmãos Aurélio e Jessey pai do Manelão; Pensão do Mister Davis na esquina da Ladeira da Prefeitura (hoje é o camelódromo), comércio do João Reis, Buraco da Dada (fonte de água mineral) e do seu Chico do Buraco (Em frente ao Cemelódromo).

Na Presidente Dutra: Associação Comercial, Banco da Borracha (BASA) e Banco do Brasil (hoje restaurante do Sesc) e os Correios.

Do outro lado, Padaria do Raposo (Guitar Músic hoje) e Bar Central (no Canto da Sete de Setembro)

Na José do Patrocínio tinha o Tufy Matny, o comércio que vendia fiado para os funcionários do Território do Guaporé. Voltando a José de Alencar pelo lado esquerdo de quem sobe rumo a Carlos Gomes, tinha a ótica Cabeça Branca que agora está do outro lado, Mundo Elegante, Bar do Raul e uma loja dos Reski.

O Banco Bamerindus quando veio pra cá, se instalou ao lado do Almanara na esquina da Natanael de Albuquerque onde ao lado, morava a família do saudoso colunista Sergio Valente. Aliás, na Natanael também foi a agencia da Caixa Econômica Federal.

Porto Velho Hotel (Unir centro) na Presidente Dutra era ponto de encontro da sociedade aos domingos, quando o conjunto Bossa Nova tocavas na famosa Varanda Tropical.

Assim era o centro da Porto Velho até os anos sessenta.

Vila Pedro Renda na rua Floriano Peixoto com a Alfaiataria do Mário muito frequentada. (Foto: Divulgação)

Vila Confusão

Como já dissemos, a Avenida Sete de Setembro só existia entre a Farquar e a Praça Jonathas Pedrosa e da Gonçalves Dias até a Joaquim Nabuco e mais, por muito tempo, a Sete foi considerada parte da BR-29, por isso, é que o Mercado do bairro Nossa Senhora das Graças é conhecido como Mercado do KM-1.

Um pouco acima da Gonçalves Dias até a Campos Sales existiu uma favela que ficou conhecida como “Vila Confusão”, meu amigo Bainha (o compositor), nos revelou que naquela nesga de terra, entra a Sete e o Igarapé que beirava o terreno da Pensão do Tibúrcio ou Hotel Iracema. (Foi sede do Sindicato dos Bancários), (hoje seria por trás da Galeria Lacerda).

Os “Arigós” que chegaram recrutados no tempo da segunda guerra mundial como soldado da borracha e desertavam ao chegar em Porto Velho, começaram a construir seus barracos naquele local. O interessante, relata Bainha, era que na Vila Confusão só morava solteiro daí a origem do nome. Acontece que as reuniões de bebedeiras terminavam em briga e assim sendo, o povo começou a se referir ao local como Vila Confusão.

O Rei da Vila era o violonista conhecido como Capote e seu parceiro Antônio do Violão, Bola Sete que na Vila era conhecido como Cuiu-Cuiu, apesar de morar no Mocambo, gostava de frequentar o local, assim como o Bainha e seu irmão Alípio porque os “malandros boêmios, todos moravam lá”, basta lembrar que o Capote foi considerado o melhor violonista de Porto Velho. “Eu ia pra lá tocar pandeiro”, declara Bainha. As brigas na Vila aconteciam geralmente quando seus moradores voltavam das festas que aconteciam no Mocambo reduto das “raparigas” (prostitutas).

A Vila ficou naquele local da década de quarenta até meados dos anos cinquenta. Em frente à Vila Confusão onde hoje é a Discolândia era o Areal da cidade e depois foi a residência e a sede da Mineração do seu Flodoaldo Pontes Pinto.

Onde existe o a Loja Zeta era a residência do Dr. Oswaldo Piana (pai).

Onde foi a Vila Confusão existe hoje a galeria e o Cine Lacerda.



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