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Diário da Amazônia

Presença feminina na formação de Porto Velho

A presença feminina no cenário da ocupação de Rondônia tem características bem particulares que a diferenciam da forma como esse..

Por Analton Alves Diário da Amazônia
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Publicado: 30/09/2016 às 10h00min

untitledA presença feminina no cenário da ocupação de Rondônia tem características bem particulares que a diferenciam da forma como esse acontecimento se deu nas demais regiões do País. O povoamento do Estado, com início no final do século XVII e somando-se a isso diversos ciclos migratórios, celebra a bravura de homens que vieram para a região promovendo o desenvolvimento e progresso de “um lugar embebido em muito atraso”. Mas, há muitos fatos ausentes dos livros de história, principalmente os mais visitados pelo público estudantil, que começam a ganhar espaço em decorrência de uma nova postura científica que busca “aquilo que ficou adormecido no discurso da história oficial e, por vezes, também no senso comum, nas falas do cotidiano”. Exemplo disso são as investigações científicas da última década que revelam a forte contribuição feminina no cenário das correntes migratórias que modificaram todo o espaço amazônico brasileiro.

A pesquisadora Cláudia Nascimento Oliveira, em sua dissertação de mestrado, intitulada “Um lugar para chamar de meu”, traz uma dessas investidas que promovem a emersão de fatos que ficaram por muito tempo na invisibilidade. Privilegiando o modo de vida de homens e mulheres moradores da zona rural, vindos de outras localidades para Rondônia, ela revela que a força das mulheres que habitaram esses espaços foi fundamental para a reconstrução familiar e definição de um novo “lugar” com características diferentes.

untitled4A investigação da pesquisadora Cláudia Nascimento Oliveira foi desenvolvida junto aos moradoras do Assentamento Joana D’Arc, III etapa, nas agrovilas. Compondo um total de seis (06) unidades, nomeadas de Padre Ezequiel, Chico Mendes, Sérgio Rodrigues, União dos Camponeses, Pequena Vanessa e Vencedora, o bloco compreende um total de 144 lotes. A pesquisadora relatou que a maioria dos assentados no Joana D’Arc III não participou do Massacre de Corumbiara. Esses assentados integravam, em sua maioria, o Movimento dos Camponeses de Corumbiara e as primeiras famílias entraram no ano de 1982.

De acordo com as informações, o Massacre de Corumbiara, na Fazenda Santa Elina, aconteceu no dia 9 de agosto de 1995. Ali, onze mortes ocorreram e as famílias desalojadas, a exemplo do que ocorrera em outras regiões do Estado, foram encaminhadas para vários assentamentos rurais, dentre estes, o Joana D’Arc III.

“As mulheres que entrevistamos, em sua maioria, chegaram no Estado na década de 80, quando Rondônia começava a receber essas levas de migrantes. Elas acompanhavam os maridos e, algumas ainda eram crianças. Mas também há aquelas que estavam sozinhas e tentavam conseguir seu pedaço de terra acompanhando os grupos de trabalhadores. As dificuldades eram bem maiores para estas”, explica a pesquisadora Cláudia ressaltando que naquela época o acesso era muito precário, sem estradas, doenças incontroláveis e até mesmo ameaças de animais selvagens.

Enquete: Na sua opinião, o patrimônio histórico-cultural da cidade é preservado?

Para os universitários e estudantes das escolas de Porto Velho, o descaso com o patrimônio histórico-cultural da cidade é facilmente perceptível. Para eles, a falta de interesse e má administração das verbas junto ao poder público são fatores que contribuem para o esquecimento de tais locais. Assim como a falta de conscientização e cuidados da população para com  o patrimônio.

Ana carvalho,  Universitária

Ana Carvalho,
Universitária

Acredito que não está sendo preservado. Em grande parte por descaso das autoridades. Por outro lado, a falta de cuidados da população para com o patrimônio também contribui para essa depredação total.

sainara oliveira,  Estudante

Sainara Oliveira,
Estudante

Aqui na cidade, não. Especialmente na estrada de ferro, acredito que isso ocorra devido à má administração pública. Pois, sabemos que verbas federais sempre vêm. Só que, não são aplicadas corretamente.

mario maia,  Universitário

Mario Maia,
Universitário

Não é preservado. A estrada de ferro, que é o nosso maior patrimônio, está totalmente sucateada. Vândalos destroem, roubam e utilizam drogas. A praça Marechal Rondon, símbolo da cidade, também está abandonada.

 

 



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