coluna
Publicado: 28/03/2019 às 06h18min
O governo federal achou um jeito de envolver os governadores na captação de votos para a reforma da Previdência. Condicionou a soma de votos no Congresso Nacional, a ajuda aos estados, por meio do plano de recuperação fiscal e do projeto de auxilio ao combate à criminalidade. O ministro Paulo Guedes mostrou uma conta ‘astronômica´e assustou a todos dizendo que o rombo impede qualquer investimento.
Desde que o projeto de reforma da Previdência chegou na Câmara dos Deputados, o governo iniciou uma jornada de busca de votos. Como as medidas não são nada populares e mexerá no bolso da grande massa, até aliados demonstraram desconforto em manifestar apoio. O mal estar foi pior quando chegou ao conhecimento público a proposta oferecida aos militares e outras categorias especiais com as contas bem divergentes.
Captar votos para aprovação desse tipo de projeto tem um preço. Para a conta ficar mais amena no tradicional jogo do toma lá, dá cá, foi feita a articulação com os governadores aliados para que ajudassem nessa busca de votos junto as suas bancadas. Sabendo do preço, os governadores se fizeram de desentendidos e seguiram suas vidas sem os comprometimentos com os parlamentares.
Dessa vez parece que o engajamento vai dar certo, ou pelo menos disseram que fariam a garimpagem de votos em favor da aprovação. No encontro realizado no Palácio do Jaburu, em Brasília, na quarta-feira,pelo menos diante da mesa, os governadores fizeram o compromisso de fechar a conta da votação favoráveis à aprovação da reforma.
Em troca, o governo Bolsonaro prometeu enviar em até 30 dias o plano de recuperação fiscal dos estados, incluindo medidas que favoreçam as privatizações e divisão de aspectos de cessão onerosa de recursos da exploração de petróleo e outros filões que interessam aos governos estaduais para aumentar os saldos positivos de seus caixas, enxugar a máquina pública e se livrarem de passivos mostruosos e crescem sem parar.
Agora é ver como se comportarão os parlamentares (deputados e senadores) que devem fechar ou não apoio com os seus governadores. Serão uns três meses em que novos governadores terão que mostrar habilidade política para negociar.
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