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Diário da Amazônia

Principais ataques de pragas e doenças na lavoura de café

O estado de Rondônia vem se destacando nos últimos anos na produção do café robusta, com mais de 72.000 hectares, elevando o estado..

Por Ronivon Pomaroli de Leles Extensionista da Emater Diário da Amazônia
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Publicado: 18/02/2019 às 11h11min | Atualizado 18/02/2019 às 11h13min

O estado de Rondônia vem se destacando nos últimos anos na produção do café robusta, com mais de 72.000 hectares, elevando o estado para segunda colocação nacional atrás apenas do Espírito Santo. A cafeicultura de Rondônia está num período de transição, onde os cafeicultores estão substituindo as lavouras seminais tradicionais pelas lavouras clonais, utilizando mudas de café melhoradas, que mantêm as características genéticas da planta matriz e garante padronização da lavoura, com maior tamanho de grãos, uniformidade de maturação dos grãos, melhor qualidade e maior produtividade. Com emprego de boas tecnologias e manejo adequado da cultura, teve-se um aumento expressivo da produtividade e melhor qualidade do café, tornando o café Robusta bebida fina.

Algumas pragas e doenças que atacam a lavoura na fase de frutificação provocam severos prejuízos na produção do robusta, dentre as principais destacamos a Broca-do-Café, Cochonilha e Phoma, que refletem diretamente na produção. Broca-do-Café é uma praga que provoca extensos prejuízos, atacando os frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive seco. Dependendo do nível de infestação os prejuízos podem chegar a 21%, como apodrecimento de grãos, queda de frutos broqueados, perda de peso e qualidade no café beneficiado, depreciação do produto na classificação e perda da qualidade de bebida. O controle químico com inseticida deve ser feito quando a infestação atingir o nível de controle (3% a 5%), pulverizando as partes mais atacadas da lavoura, via foliar, com produtos a base de Ciantraniliprole, Metaimizona, Abamectina + Clorantraniliprole ou Clorpirifós. Recomenda-se fazer uma colheita bem feita, não deixando frutos na lavoura, ou fazendo o repasse para evitar que a praga sobreviva e ataca os frutos novos da próxima safra. Deve-se também destruir os cafezais velhos e abandonados, nos quais a broca encontra abrigo e se multiplica livremente. Cochonilha vem causando sérios prejuízos às lavouras cafeeiras em todo estado, sendo observado o aumento populacional nas últimas safras. A cochonilha é uma praga que no período seco se aloja no solo, e com o inicio das chuvas, ou excesso de irrigação, sobem para a parte aérea da planta, alojando nos chumbinhos e na base dos frutos, onde ficam mais protegidas dos inimigos naturais e da ação dos agrotóxicos. O controle químico deve ser feito preventivo via solo, aplicando inseticida à base de Cyproconazole ou Thiamethoxam, entre os meses de setembro e outubro. Se o ataque for severo na parte aérea, aplicar via foliar com atomizador em alta pressão e volume de calda, inseticida sistêmico à base de Clorpirifós + enxofre. Phoma é uma doença fúngica que ataca as lavouras de café em qualquer parte da planta, causando maior prejuízo nos grãos e ramos plagiotrópicos.

Alta temperatura e umidade são os principais meios de evolução do fungo. O ataque nos frutos causa lesões escuras, mumificações e queda. O controle químico consiste em aplicações de fungicidas preventivo à base de cobre, logo após as primeiras chuvas. Se a doença for constatada alojada nas folhas, ramos do ponteiro, ou frutos deverão entrar com aplicações de fungicidas específicos visando erradicação do fungo, através de produtos à base de Azoxistrobina, Tebuconazol, Fosetil, dentre outros. Ao manusear produtos químicos, o cafeicultor deverá usar EPI – equipamento de proteção individual, respeitar a carência dos produtos, armazenar as embalagens em local correto e ao término do uso devolver ao posto de recolhimento das embalagens vazias de agrotóxicos.

Divulgação

Ronivon Pomaroli de Leles Extensionista da Emater

Formação:

Tecnólogo em Gestão Ambiental
Técnico em Agropecuária
Técnico Florestal
CREA: 3724 TD/RO



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