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Diário da Amazônia

Produção agrícola brasileira atinge R$ 319,6 bilhões em 2017

A safra recorde em diversas culturas por conta do clima favorável, sobretudo nas de soja e milho, levou a produção do país a um valor..

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Publicado: 17/09/2018 às 09h01min

Foto: Ilustrativa

A safra recorde em diversas culturas por conta do clima favorável, sobretudo nas de soja e milho, levou a produção do país a um valor total de R$ 319,6 bilhões em 2017, divulgou nesta quinta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A cifra, no entanto, é R$ 1,9 bilhão (ou 0,6%) menor do que a registrada em 2016 e interrompe um ciclo de sete anos de alta. A produção elevada tem relação direta com a queda no valor arrecadado: com oferta maior, os produtos ficam mais baratos no mercado.

“Para entender 2017, temos que voltar e explicar 2016. Naquele ano, houve uma quebra de safra não só no Brasil, mas no mundo todo, o que tende a aumentar os preços”, diz Larissa Isaac Souza, tecnologista do IBGE e supervisora da pesquisa.

“Em 2017, o clima foi perfeito para o produtor, o que quer dizer produção grande e preços mais baixos, por isso a diferença”, emenda.

As culturas que puxaram o valor total da produção para baixo foram, principalmente, as de milho (com queda de 12,7%), café (-13,3%), feijão (-28,8%), batata inglesa (-50,9%) e trigo (-41,9%). Soja e cana-de-açúcar apresentaram aumento no valor, de 6,8% e 5,1%, respectivamente.

A supersafra foi um dos motores para o crescimento de 1% da economia brasileira em 2017, após dois anos de retração. Sozinho, o agronegócio (incluindo as atividades de pecuária) respondeu por cerca de 0,7% desse avanço, segundo cálculos da economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro/Ibre, da FGV.

A consequente queda nos preços produtos agrícolas, por conta do grande volume de produção, também ajudou a manter a inflação controlada durante o ano passado.

Área colhida e produção

A área colhida no país totalizou 78,2 milhões de hectares em 2017, alta de 3,6% frente a 2016.

A produção total não é divulgada pelo IBGE porque muitas culturas (como abacaxi e coco) não são medidas em toneladas, mas em outras unidades. Porém, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas somou 238,4 milhões de toneladas, aumento de 28,2% em um ano – os principais produtos dessa categoria responderam por 54,6% da produção nacional e 77,4% de toda a área colhida.

Só a produção de soja chegou a 114,5 milhões de toneladas em 2017, um crescimento de 18,9% na comparação com o ano anterior. Já a de milho somou 97,7 milhões, avanço de 52,3%.

“As produções de soja e milho realmente foram muito favoráveis. Na de milho, o superávit (aumento em relação a 2016) foi de 33,6 milhões de toneladas. Só esse valor já supera as exportações, de 22,2 milhões de toneladas em 2017, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. Já na de soja, o superávit foi de 18,2 milhões de toneladas”, diz Larissa.

Ela ressalta que, devido à produção no ano passado, o rendimento por área colhida de soja do Brasil se aproximou do registrado dos Estados Unidos, algo que não acontecia desde 2012.

Por aqui, o rendimento ficou em 3.377 quilos por hectare, enquanto os americanos conseguiram colher 3.299 quilos por hectare. Em 2016, os números eram de 2.937 quilos por hectare e 3.494 quilos por hectare, respectivamente.

Já a produção de café caiu 11,2% em 2017, para 2,6 milhões de toneladas. A de cana de açúcar recuou 1,3%, para 758,8 milhões de toneladas, e a de mandioca reduziu 10,5%, para 18,8 milhões de toneladas.

1/3 de soja

Em termos de valores, mais de um terço (35,1%) de toda a produção agrícola do Brasil em 2017 corresponde a soja, num total de R$ 112,1 bilhões. A cana-de-açúcar, matéria-prima para o etanol e o adoçante, é segundo produto mais relevante, com 17%, somando R$ 54,2 bilhões. O milho vem em terceiro lugar, com 10,3% (R$ 32,8 bilhões), seguido pelo café, com 5,8% (R$ 18,5 bilhões).

Juntas, as dez principais culturas do país (soja, cana-de-açúcar, milho, café, arroz, laranja, algodão herbáceo, banana e feijão) representam quase 85% de todo o valor gerado pela agricultura no ano passado.

Um dos destaques desta edição da pesquisa é o açaí. Incluído no levantamento apenas em 2015, o produto já é o 12º mais importante da produção agrícola brasileira, com um valor de R$ 4,3 bilhões em 2017, o equivalente a 1,7% do total.

Maiores economias agrícolas

A região Sudeste foi a que registrou o maior valor de produção em 2017, com R$ 91 bilhões. A cana-de-açúcar é a principal lavoura da região, seguida pelo café. O estado de São Paulo é o maior produtor da região, com R$ 53,1 bilhões.

Apesar de as principais culturas da região serem a cana e o café, um valor de produção tão alto só é possível por conta do cultivo de outros produtos que também têm alta produção ou alto valor agregado, como abacate, amendoim, banana, batata-inglesa, borracha, caqui, laranja, limão e tomate. Juntas, elas representam 75% do valor produzido no Sudeste, segundo o IBGE.

Já a região Norte foi a que registrou a menor produção, com R$ 22,6 bilhões. Lá, o destaque é o açaí, seguido pela soja, e o estado que mais produziu (em valores) foi o Pará, com R$ 12,8 bilhões.

 



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