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Diário da Amazônia

Produtor recebe novos incentivos

O incentivo recebido são centavos a mais que, ao final do ano, transformam-se em milhares de reais, fazendo a diferença na renda.

Por Assessoria
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Publicado: 06/08/2017 às 07h00min

Laticínio decide incentivar produtores com pagamento adicional para que invistam em ferramentas para a qualidade

O pagamento por qualidade é ferramenta essencial para a evolução da qualidade do leite. Esta estratégia é realizada há algum tempo por algumas indústrias do País aos produtores de leite, mas ainda é novidade em Rondônia e tem incentivado a melhoria da matéria-prima. Uma remuneração extra que tem motivado a adoção de boas práticas no campo e tecnologias para o aumento da produção de leite, beneficiando tanto a indústria quanto o produtor e o setor lácteo como um todo. Em Rondônia, a iniciativa é do Laticínio Jóia, do município de Ministro Andreazza, o único que realiza o pagamento por qualidade do leite no Estado.

O incentivo recebido são centavos a mais que, ao final do ano, transformam-se em milhares de reais, fazendo a diferença na renda das famílias que dependem do leite para seu sustento. “Só de bonificação, eu recebi cerca de cinco mil reais no ano passado, por ter um leite de mais qualidade”, conta o produtor Silvio Tenório, de Ministro Andreazza (RO). Ele foi o primeiro produtor a receber oito centavos a mais por litro pela qualidade, atendendo os requisitos exigidos pelo laticínio para a bonificação. “Além do dinheiro a mais, tenho satisfação em oferecer um produto de qualidade, mais saudável”, complementa Silvio.

Ailton Pereira de Sena, produtor de leite da região de Espigão d’Oeste (RO), disse que em seus 40 anos na atividade leiteira é a primeira vez que recebe incentivo financeiro pela qualidade do leite que entrega na indústria. “Eu luto por cada centavo a mais todo mês, o leite é a renda principal da minha família. A cada retorno da análise do laticínio eu fico de olho no que preciso melhorar. Fico mais atento aos problemas”, comenta. Além da melhoria das boas práticas, ele foi além. Conseguiu sair da ordenha manual para a mecânica, está melhorando a genética dos animais e já venceu alguns concursos leiteiros da região. “Fico motivado a fazer melhor, querer mais e satisfeito porque a gente vê que o laticínio está somando forças com a gente”, acrescenta.

Iniciativa garante pagamento de bonificação

O Laticínio Jóia deu início a este sistema de bonificação em julho de 2015, com o apoio de diagnóstico de pesquisa realizado pela Embrapa Rondônia, apontando pontos críticos e estratégias para a melhoria da qualidade do leite em Rondônia. O acompanhamento deste trabalho demonstrou a redução significativa da CBT dos tanques de resfriamento após a introdução do sistema de pagamento no laticínio.

Os adequados ao limite de 100.000 UFC/mL, previsto pela Instrução Normativa 62 (IN62) para 2019, foi de 7,8% em 2015 para 62,7% em 2016, considerando os mesmos tanques e período do ano (chuvoso). De acordo com o proprietário do laticínio Jóia, Alessandro Rodrigues, o objetivo é de que os produtores se adequem à Instrução Normativa 62, atuando com foco na qualidade. “No futuro, quem não se adequar vai ser penalizado ou ficar de fora”, reforça.

Nestes dois anos do sistema de bonificação, o laticínio aumentou em 60% o volume de leite captado e saltou de 300 para 800 produtores associados, um aumento de 167%. Além disso, o número de funcionários foi de 20 para 60. “Todo este avanço requer ainda mais responsabilidade. Aumentamos o volume de leite e precisamos ter qualidade. Assim como temos mais produtores para atender e também funcionários que agora fazem parte do processo e esperam de nós a dedicação e o relacionamento humanizado que sempre tivemos”, destaca Alessandro Rodrigues. Atualmente, o laticínio capta cerca 40 mil litros leite por dia em seis municípios de Rondônia e seu principal produto é a muçarela, que é vendida em quase sua totalidade para São Paulo. O proprietário do laticínio relata que foi um desafio colocar o sistema de pagamento por qualidade para funcionar, uma das ações do programa de melhoria da qualidade do leite implantado. “Muito diálogo e apoio fundamental da pesquisa, com o diagnóstico e orientação de boas práticas”, relembra Rodrigues. Foram trabalhados neste processo pelo laticínio três principais pontos: definição dos critérios de bonificação; responsabilidade no procedimento da coleta de amostras de leite para análise laboratorial; e a transparência na apresentação dos resultados das análises junto ao produtor. (Renata Silva-Embrapa/RO)

 



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