Os agricultores que vivem e trabalham com a produção de frutas e hortaliças no entorno da capital, Porto Velho, participaram de um dia especial sobre a cultura do abacaxi, onde conheceram variedades resistentes à fusariose, principal doença do abacaxizeiro, e práticas de manejo da cultura, que fazem toda diferença entre um cultivo lucrativo e uma lavoura de baixa rentabilidade.

O dia especial do abacaxi foi realizado pela equipe do escritório local da Emater-RO na vila de Porto Verde, Km13 da BR 364, sentido Candeias do Jamari, na propriedade do senhor Vilmar de Melo, fruticultor que trabalha principalmente com maracujá e abacaxi.

Produtor abriu sua propriedade para receber os agricultores interessados na cultura, e os técnicos da extensão rural e da pesquisa, que apresentaram aos produtores as técnicas agronômicas que podem até dobrar a produtividade de frutos de abacaxi na região.
A engenheira agrônoma Solange Dantas, descreveu a variedade Pérola, como a variedade de abacaxi mais consumida, no mercado local. E a variedade Smooth Cayenne, como a mais usada para exportação, pois esta variedade possui características de resistência ao transporte, e maior duração pós colheita, no entanto apresenta maior acidez do que a variedade pérola, a preferida dos consumidores locais.

A agrônoma também apresentou outras variedades mais modernas que além da boa capacidade produtiva são resistentes à fusariose, principal doença do abacaxi no Brasil. Trata-se de uma doença fúngica, muito comum em regiões quentes e úmidas como a nossa, que é responsável por 30% das perdas na cultura do abacaxi, principalmente porque as variedades Perola e Smooth Cayenne, as mais cultivadas, são suscetíveis a doença.

As novas variedades apresentadas são a BRS imperial, planta resistente a fusariose, sem  espinhos que produz frutos grandes de coloração amarela, quando maduros e de sabor doce. Outra variedade apresentada foi a BRS Vitória, que segundo Solange possui características produtivas e sabor igual ou superior às variedades tradicionais, Perola e Cayenne. Estas variedades além da resistência à doença, facilitam o manejo, pelo fato de não possuírem espinhos.

De acordo com a explicação do pesquisador da Embrapa Jose Roberto Vieira Junior, especialista em doenças de plantas, a melhor maneira de prevenir a lavoura de abacaxi contra doenças e pragas, é o uso de controle biológico e a escolha de variedades resistentes, além do uso de mudas rebentões tratadas por imersão em solução fungicida e inseticida, para evitar o risco de estar levando para a lavoura larvas e ovos de broca, e doenças.

Sem nenhuma duvida, o ideal, dizem os técnicos, é o plantio de mudas “micro-propagadas”. Mudas feitas em laboratório e totalmente isentas de contaminantes ( fungos, bactérias e vírus), estas mudas podem ser adquiridas pela internet e com certificados de garantia de sanidade. Neste caso o único inconveniente é o preço do produto, que pode ser fator limitante para a viabilidade econômica do cultivo.

Para atender a produção familiar, a Emater-RO disponibiliza para os agricultores a orientação  técnica no manejo da cultura do abacaxi,  que se aplicada corretamente pode garantir uma boa produtividade, segurança alimentar para o consumidor e renda para o produtor, e tudo isto é sustentabilidade.