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Diário da Amazônia

Produtores de leite alegam que governo está trabalhando contra

Polícia Militar foi acionada para acabar com os bloqueios em Urupá e Cujubim

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 29/05/2020 às 12h18min | Atualizado 29/05/2020 às 12h20min

Produtores de leite alegam que governo está trabalhando contra (Divulgação)

Os produtores de leite de Urupá e Cujubim que estavam fazendo piquetes para impedir a passagem dos caminhões que fazem a coleta nas propriedades rurais foram reprimidos pela Polícia Militar, informou o coordenador do movimento, Rui Barbosa de Souza. “O governo está colocando a estrutura em favor dos laticínios e contra os produtores rurais,” desabafou. Também questionou a ausência de diálogo por parte do governo e das empresas.

“É uma falta de respeito com os produtores e querem nos obrigar a vender abaixo do custo”, lamentou.

Segundo Rui, devido a repressão sofrida nesses municípios, os produtores se sentiram desrespeitados e humilhados pelo poder público. Isso gerou ainda mais revolta e o movimento se fortaleceu com a medida do governo em favor das empresas.

O coordenador também disse que está difícil conter os produtores nos atos pacíficos devido ao descaso governamental com o problema. Conforme avalia, o movimento tomou dimensão que fica impossível controlar, uma vez que, em cada município já tem organização própria e os produtores vem compreendendo o tamanho dos prejuízos que tem tomados devido ao preço imposto pelas empresas. Para ele, pode haver desabastecimento em Rondônia porque o movimento de não entrega do leite vem crescendo e as empresas não tem estoques para suprir a demanda de mercado.

Em Urupá, os produtores doaram leite para o CRAS (Centro de Referência e Assistência Social) que atendeu 46 famílias de baixa renda, com o primeiro lote de leite doado. A prioridade foi dada às famílias cadastradas e que estejam com filhos em casa. Devido ao isolamento social, os servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social estão levando o leite em casa para evitar o deslocamento das pessoas. Enquanto durar o protesto, os produtores continuarão fazendo a distribuição gratuita do leite excedente.

“As empresas de laticínios estão pagando entre R$ 0,60 a R$ 1,05 por litro de leite in natura enquanto que o consumidor final paga pelo litro do leite pasteurizado quase R$ 5,00 o litro”, questionou Rui. Segundo considera, o custo de produção por litro está em torno de R$ 1,10 e os produtores querem o preço único no estado a R$ 1,45 o litro.
O Sidileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Rondônia) continua sem pronunciar oficialmente sobre os protestos e nem sobre as reivindicações dos produtores.



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