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Qual a importância e como funciona a energia eólica?

O desenvolvimento da sociedade certamente poderia ser narrado a partir da evolução e da diversificação das matrizes energéticas. Desde..

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Publicado: 25/03/2020 às 17h03min

O desenvolvimento da sociedade certamente poderia ser narrado a partir da evolução e da diversificação das matrizes energéticas. Desde as fontes artesanais até as soluções mais sofisticadas, o mundo como conhecemos hoje foi possível também pela capacidade humana de gerar e direcionar energia às suas variadas atividades socioeconômicas.

Essa história dialoga diretamente com o que cada época impõe. A utilização do vento como gerador de energia, por exemplo, vem desde a antiguidade, em sistemas para bombear água, movimentar barcos, moer grãos, entre outros.

as, diante dos desafios contemporâneos – como o aquecimento global e a necessidade de diminuir a dependência dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa (GEE) -, a energia eólica assume papel estratégico por ser fonte renovável e de menor impacto ambiental.

A instalação de parques eólicos para a produção de energia elétrica no Brasil acompanha os gigantes do setor (China, EUA, Alemanha e Índia) e chegou à quinta maior do mundo em 2018.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o parque eólico nacional atingiu 14.390 MW ao final daquele ano e sua potência instalada expandiu 17,2%. Os resultados positivos demonstram a força de crescimento desse mercado no país, que conta com abundância de vento a ser explorada, especialmente nas Regiões Nordeste e Sul, conforme indica o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro.

Mais de 71 mil km² do território nacional tem velocidade de vento superior a 7 m/s ao nível de 50 m de altura, condições técnicas adequadas à atividade. Cerca de 7 mil aerogeradores operando em 12 estados já fornecem energia suficiente para abastecer, em média, cerca de 76 milhões de pessoas por mês.

Nos picos de produção, a energia eólica chega a abastecer quase 14% do país e mais de 70% do Nordeste, de acordo com o Boletim Anual de Geração da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Além disso, o custo de implantação de parques eólicos e a sua necessidade de manutenção são considerados baixos; e levam oportunidades de emprego para regiões onde há pouco investimento.

Aerogeradores – grandes cata-ventos em ação

A energia eólica é a maneira pela qual as massas de ar – ou seja, o vento -, são transformadas em energia mecânica e, a partir dela, convertidas em eletricidade. Nos parques eólicos, grandes e modernos cata-ventos, chamados aerogeradores ou turbinas eólicas, são os equipamentos usados nesse processo. O vento movimenta as pás, que direcionam sua potência para o centro do rotor, que é capaz de transmitir essa energia por meio de um eixo até o gerador – responsável por convertê-la em eletricidade.

A turbina eólica também é composta por vários outros elementos, como o anemômetro – que mede a intensidade e a velocidade do vento; a biruta – sensor que capta a direção do vento; mecanismos de controle para adequação da potência nominal à velocidade do vento; a nacele – compartimento com caixa multiplicadora, freios, embreagem, mancais, controle eletrônico, sistema hidráulico; e a torre – peça que sustenta o rotor e a nacele na altura apropriada para o funcionamento.

A instalação de um parque eólico obedece às etapas de projeto, instalação, funcionamento, e também demanda Estudos de Impacto Ambiental (EIA) que se desdobram no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) onde são detalhadas as ações definidas para minimizar os possíveis impactos negativos da atividade, em cada uma dessas etapas.

A fase de comissionamento é considerada crucial para garantir a melhor performance dos equipamentos e garantir 100% da geração do parque quando for conectado ao grid (rede)..Nessa fase, ocorre a etapa de testes e avaliação do funcionamento das máquinas e periféricos. Para tal, muitas empresas recorrem a locação de bancos de carga. Eles simulam a carga da rede para detecção de possíveis pontos de falhas com intuito de garantir um elevado padrão de entrega do parque na fase de conexão ao grid.

Os bancos de carga, portanto, são responsáveis pela prevenção de potenciais falhas no fornecimento de energia numa etapa anterior à conexão da rede, quando de fato o parque terá a carga efetiva dos consumidores.

Concluídas as revisões, o parque está apto a produzir eletricidade a partir do próprio gerador, evitando prejuízos que poderiam ser causados no acionamento preliminar do sistema recém-instalado. Essa medida permite identificar falhas e problemas, antecipando sua correção antes mesmo da sua energização real e, ao mesmo tempo, gerar e fornecer energia comercialmente por meio do Sistema Elétrico Nacional.



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