Quantidade de kits adquiridos não batem com dados divulgados

A conta apresentada diariamente pelo governo estadual da progressão do coronovirus nos chama atenção no quantitativo de testes rápidos adquiridos. O próprio governo divulgou que faltou testes em alguns momentos da pandemia. Também divulgou que recebeu cinco mil kits do governo federal e já teria acabado, o que justificou a compra de mais 100 mil kits detestes rápidos, e já estaria comprando mais 170 mil kits.

Até aí tudo bem, se tratando de uma pandemia, e da necessidade de diagnosticar a população rondoniense que apresentar os sintomas. Acontece que outra conta apresentada pelo governo estadual mostra números muito abaixo. Considerando o Boletim 24 da Sesau, que divulga os casos em Rondônia, teremos até o dia 7 de abril, a utilização de 760 kits de testes (já incluindo os exames feitos em laboratórios particulares), a saber: casos confirmados (23), pacientes curados (8), óbito (1), pacientes internados confirmados com Covid-19 (zero), descartados (697) e aguardando resultados do Lacen (31).

Se de fato acabaram os cinco mil kits, onde estão os 4.240 resultados que não aparecem no item aguardando resultados do Lacen? Se foram doados partes aos municípios, como está a conta de utilização? De onde partiu a justificativa da demanda para a compra de mais 100 mil kits e outros 170 mil? Como estamos vivendo período de pandemia com a população em risco, faz sentido que as contas sejam bem explicadas para que não pairem dúvidas e nem surjam especulações.

Devemos considerar ainda que, o estado está com decreto de calamidade pública e com isso tem liberdade para movimentar o orçamento de acordo com as demandas de urgência e emergência. Quem sabe está previsto uma grande demanda de exames contrariando as informações oficiais de quem em Rondônia está tudo sob controle. Ou então, estão comprando mais kits do que necessitará, considerando o discurso de que aqui o vírus não circula. De uma forma ou de outra a conta precisa ser melhor esclarecida. Fica a dica aos órgãos de controle e de fiscalização da coisa pública.