Porto Velho/RO, 23 Março 2024 23:08:02

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 11/10/2020 às 06h00min

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Quem diz o que quer acaba ouvindo o que não quer

Uma dose ou mensal? Nos antigos concursos de Miss, o júri sempre fazia perguntas às concorrentes para avaliar seu preparo sociocultural...

Uma dose ou mensal?

Nos antigos concursos de Miss, o júri sempre fazia perguntas às concorrentes para avaliar seu preparo sociocultural. “Qual é seu maior sonho?” era uma das questões recorrentes. Bem orientadas, para ganhar simpatia e não parecer egocêntricas, davam sempre a resposta padrão: “Meu maior sonho é a paz mundial”. A não ser em conflitos localizados, o sonho das belas do passado se realizou: já existe paz mundial.

Nos atuais concursos eleitorais, os candidatos são postos diante de um sonho tão maravilhoso quanto a paz mundial: qual é sua proposta para salvar a Amazônia? Não importa se a eleição é no Brasil, nos demais países que também possuem pedaços da floresta ou em qualquer lugar do mundo: a Amazônia é, ao lado da Covid-19, a grande preocupação da humanidade.

No primeiro e talvez único debate das eleições presidenciais dos EUA – o coronavírus acometeu o presidente Donald Trump – o ex-vice-presidente Joe Biden e talvez futuro presidente foi enfático em sua resposta de miss: oferece 20 bilhões de dólares para o Brasil preservar a floresta, sob pena de severos castigos. Trump só prometeu ajudar, sem fixar valores nem punições.

Sofrendo forte pressão de todos os lados, o ministro da boiada, aliás, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, perguntou se a oferta de Biden é de uma dose só ou será um valor mensal. Quem diz o que quer acaba ouvindo o que não quer.

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A performance

Nas minhas contas, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) comprometeu a largada, quase queimou. As primeiras pesquisas lhe garantem a ponteira, entre 23 a 25 por cento de intenções de votos e isto é pouco. Será preciso melhorar sua performance para chegar competitivo no segundo turno. Lembro que em numa das campanhas passadas, o candidato Lindomar Garçom chegou a atingir 37 por cento na peleja pelo Paço Tancredo Neves no primeiro turno, mas no segundo turno acabou naufragando, perdendo a eleição para Mauro Nazif.

Cartas na manga

Mas o prefeito tucano tem boas cartas para melhorar a situação. Melhor tempo no TRE, a inauguração do novo cartão postal de Porto Velho, que é a revitalização da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e sua urbanização, pode mudar de figura com o alcaide tucano avançando mais nas sondagens. Ele trabalhou bem na regularização fundiária, teve uma boa gestão na área agrícola, tem o prestígio do eleitorado feminino, e se foi mal no ano passado como gestor, neste ano empilhou obras, mostrou qualidades.

Efeito contrário

Bem que as forças do mal tentaram aniquilar a trajetória bem-sucedida do candidato Vinicius Miguel (Cidadania/Novo/PDT) com fakes, através de missas encomendadas, dando conta que a sua candidatura era inválida e que disputaria e eleição sub-judice, se tornando uma opção arriscada para o eleitorado. A armação deu efeito contrário, Vinicius acabou foi crescendo perante o eleitorado por conta da injustiça. O jogo sujo é comum nas campanhas eleitorais na capital.

O Bolsonarismo

O divisionismo do bolsonarismo na peleja pela prefeitura de Porto Velho deve prejudicar este segmento, considerado uma onda rolando pelo País. Pela bandeira do presidente Jair Bolsonaro, buscam votos Eyder Brasil (PSL), Garçom (Republicanos partido dos filhos do presidente) e Breno Mendes, dos partidos alinhados ao governador Marcos Rocha. E tem mais um candidato militar no pedaço: o coronel Ronaldo Flores (Solidariedade). Dos bolsonaristas quem largou melhor foi Garçom.

A desconfiança

Os oposicionistas de raiz acreditam que o prefeito Hildon Chaves (PSDB) tem duas candidaturas de escuderia na temporada, de onde não terá hostilidades: Lindomar Garçom (Republicanos) e Cristiane Lopes (PP). Garçom foi assessor de Hildon, o partido de Cristiane é da base aliada do prefeito até hoje. Caso o prefeito atinja o segundo turno, ambos estarão no palanque do alcaide, observam aqueles que se acham verdadeiros oposicionistas.

Via Direta

*** O Ministério da Justiça precisa de operações permanentes na fronteira para reprimir o tráfico de drogas e armas pesadas em território rondoniense *** A criminalidade vem aumentando muito em consequência da atuação dos cartéis e os presídios de Porto Velho, Rio Branco e Manaus já superlotados de traficantes presos. Coisa de louco *** Um ano calorento e com estiagem brava secando frios e igarapés em Rondônia *** Até rios caudalosos como o Madeira e o Machado sofreram as consequências com o recuo das suas águas *** Campanha difícil para os candidatos a prefeito em Porto Velho: existem distritos até 350 quilômetros da sede como é o caso de Nova Califórnia, na fronteira om o Acre *** É temporada das terras caídas: todo cuidado com os barrancos do Madeiram, gente!


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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