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Diário da Amazônia

Randolfe, Rede e PSOL vão à justiça contra chefe da SECOM.

Senador Randolfe Rodrigues também comunicou à PGR, por meio de notícia crime, denúncia contra Fábio Wajngarten que ocupa a chefia da Secom.

Por Victoria Angelo Bacon.
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Publicado: 16/01/2020 às 17h54min | Atualizado 16/01/2020 às 18h42min

Senador líder do partido Rede no Congresso, Randolfe Rodrigues quer que a justiça suspenda a nomeação e todos os atos praticados por Fábio na Secom.

“Se foi ilegal, a gente vê lá na frente”, diz Bolsonaro sobre denúncia contra chefe da Secom. O presidente afirmou que Fabio Wajngarten continua no cargo, disse Bolsonaro em coletiva à imprensa”.

 

PSOL e REDE vão à justiça!

O senador Randolfe da Rede e parlamentares do PSOL anunciaram que vão entrar nesta quinta-feira, 16, com uma Ação Popular na Justiça Federal de Brasília para pedir a revogação da nomeação do Secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fábio Wajngarten. A decisão é motivada por reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que apontou que o chefe da Secom recebe dinheiro de emissoras de televisão e de agências de publicidade por meio da FW, empresa em que é sócio.

 

A Ação na Justiça para demitir Fábio da Secom.

A ação  será assinada pelo presidente da sigla, Juliano Medeiros, e pelo líder do partido na Câmara, o deputado Ivan Valente, além do líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues. A peça, diz Medeiros, é sustentada em duas leis: de conflito de interesses e improbidade administrativa.

 

Postagem de Randolfe no Twitter comunicando que irá acionar a PGR e a Justiça.

 

“Conflito de interesses, porque deveria ter se afastado (da empresa), e não se afastou. E improbidade porque, mesmo sabendo que era ilegal, manteve o vínculo, direcionando recursos públicos a emissoras”, afirmou Medeiros a VEJA. “É mais um caso que demonstra que o governo Bolsonaro não é transparente e ético. Torná-lo visível faz parte da luta contra a corrupção”, completa Medeiros. No Twitter, Valente acusou o governo de “incompetência, autoritarismo e ideias absurdas”. “Corrupção também é uma de suas marcas”, acrescentou o líder do PSOL.

Presidente e líder do PSOL vai embarcar com Randolfe Rodrigues da REDE para suspender a nomeação de Fábio na Secom e anular seus atos.

Reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” publicada na última quarta-feira revelou a existência de conflito de interesse envolvendo o assessor. Ele comanda o órgão que define gastos publicitárias do governo e ao mesmo tempo mantém-se como sócio principal de uma empresa que recebe de emissoras e agências de publicidade beneficiadas pela Secom.

Denúncia.

Segundo a “Folha”, Wajngarten permanece como sócio da FW Comunicação e Marketing. Ele tem agências e TVs como clientes, entre eles a Band e a Record, que também recebem do governo, e cuja participação na verba publicitária da Secom vem crescendo nos últimos anos.

Para o jornal, a prática implica conflito de interesses e pode configurar improbidade administrativa, já que a lei “proíbe integrantes da cúpula do governo de manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões”.

Segundo Fábio, Bolsonaro já sabia de contratos de Wajngarten com emissoras que recebem dinheiro público.

O que pesa sobre Fábio?

Wajngarten é sócio da FW Comunicação e Marketing, dona de contratos com ao menos cinco empresas que recebem recursos direcionados pela Secom, entre elas as redes de TV Band e Record, como revelou o jornal Folha de S.Paulo. O secretário afirmou que os acordos comerciais foram feitos antes de seu ingresso na Secom – o da Band, por exemplo, há 16 anos. Esses contratos, segundo ele, “não sofreram qualquer reajuste ou ampliação” desde então.

A quarta-feira no Palácio do Planalto foi marcada por reuniões convocadas por Bolsonaro para tratar da nova crise. A comunicação do governo está sob fogo cruzado e é atacada pelo grupo do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), que já a definiu no Twitter como “uma bela de uma porcaria”.

Em seu lugar na companhia, Wajngarten deixou Fabio Liberman, irmão do número 2 da Secom, Samy Liberman. Adjunto de Wajngarten, Samy trocou Miami por Brasília para assumir o cargo e é visto no Planalto como o braço direito do chefe. Seu irmão aparece nos registros da Receita Federal como dono ou sócio de dez firmas, que atuam em setores variados, de reprodução humana a negócios imobiliários.

Na quarta, no início da noite, o chefe da Secom utilizou o canal oficial de TV do governo para se defender da reportagem sobre sua atividade empresarial. A emissora, controlada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), está subordinada à sua secretaria. O pronunciamento de 18 minutos foi veiculado no canal TV Brasil 2.

“Se foi ilegal, a gente vê lá na frente”, diz Bolsonaro sobre denúncia contra chefe da SecomO presidente afirmou que Fabio Wajngarten continua no cargo
Por Matheus Schuch, Valor — Brasília

 

 

 

 

 

 



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