Porto Velho/RO, 22 Março 2024 03:49:01
PLANTÃO DE POLÍCIA

Rebelião em presídio de RO deixa 8 mortos

Guerra entre facções causou rebelião em vários presídios do País, diz secretário.

Por Redação Diário da Amazônia
A- A+

Publicado: 18/10/2016 às 05h00min

Alguns familiares aguardavam notícias do lado de fora do presídio Ênio Pinheiro

Alguns familiares aguardavam notícias do lado de fora do presídio Ênio Pinheiro

Em menos de 24 horas, confrontos entre presos membros das duas maiores facções criminosas do País, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e O Comando Vermelho (CV), deixaram ao menos 18 mortos em Rondônia e Roraima.

Em Porto Velho, presos da Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro ligados ao Comando Vermelho (CV) atearam fogo em uma cela da ala B que pertencia ao PCC na madrugada desta última segunda-feira (17). Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), oito presos morreram.

Transferência

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou também, que 96 presos foram transferidos após a rebelião. Dois detentos foram encaminhados ao Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, e estão estáveis, segundo a Sejus. Outros 20 presos ficaram feridos com escoriações leves e foram atendidos na própria unidade prisional. A suspeita é que os oito mortos tiveram asfixia com a fumaça após os colchões do pavilhão B terem sido incendiados.

O secretário de Justiça Marcus Rocha disse que os presos causadores da rebelião foram transferidos para outras unidades prisionais para evitar problemas. “Não vamos divulgar os locais por questão de segurança”.

A Penitenciária Ênio Pinheiro sofre com a superlotação; com capacidade para 400 detentos, cerca de 700 estavam presos no local.

Insegurança

Sobre a existência de armas dentro do presídio, o secretário destacou que o Estado está providenciando equipamentos que fazem a varredura em parentes de presos que vão até o local para visitar os detentos. “Com o fim da revista vexatória, foram providenciados equipamentos semelhantes dos aeroportos e a colocação de câmeras de monitoramento. Agora, infelizmente, a falha é humana, e acaba gerando esses problemas em vários centros prisionais do País”, disse.

Rebelião iniciou no presídio de Roraima 

A primeira rebelião começou por volta das 15h do último domingo (16), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR). Segundo a assessoria de imprensa do governo de Roraima, presos da ala 12, que pertence ao PCC, facção de São Paulo, quebraram os cadeados das celas e invadiram a ala 14, onde ficavam os presos do CV, grupo do Rio de Janeiro.
O ataque começou durante o horário de visitas, quando familiares dos presos estavam na ala 14, que é destinada aos detentos em prisão preventiva.

O confronto teria tido a duração de cerca de quatro horas, segundo informações do governo de Roraima. Apenas às 19h os presos foram contidos pelas forças de segurança.

A assessoria de imprensa do Estado confirmou a morte de 10 presos. Todos eles seriam ligados ao Comando Vermelho. Também informou que nenhum familiar ficou ferido.

Inicialmente, veículos de imprensa publicaram que a rebelião em Roraima teria ocasionado 25 mortes. No entanto, essa informação foi desmentida pela cúpula da Segurança Pública do Estado em coletiva de imprensa na manhã de ontem.

“O que houve foi reflexo do que está ocorrendo no País inteiro, e a ordem das mortes veio do Rio de Janeiro. Fomos pegos de surpresa, apesar de estarmos cientes de que as mortes ocorreriam, por conta da visita nas unidades prisionais que sempre foi respeitada”, disse o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro, durante a coletiva.

Briga nacional das facções 

Quase uma centena de criminosos da maior facção criminosa do País, o PCC, foi transferida das unidades nas quais estavam presos.

O motivo é o fim de uma aliança de quase duas décadas com a principal quadrilha carioca, o Comando Vermelho. A preocupação da polícia, agora, é que o racha cause futuras guerras pelo controle das rotas de abastecimento de drogas, armas e, claro, de favelas.

Integrantes do Comando Vermelho que estão presos em São Paulo foram obrigados a pedir transferência para unidades neutras. Mas até junho passado, PCC e CV estavam aliados em uma sangrenta guerra pelo controle do tráfico na fronteira com o Paraguai.

No Acre, onde também há atuação de facções criminosas, conhecidas por liderarem ataques a órgãos públicos e ônibus, a Segurança confirmou que o trabalho de prevenção desses conflitos é constante.

“A segurança nas unidades prisionais do Estado recebem reforço progressivo, segundo as diretrizes da Inteligência das forças de segurança, que acompanham o dia a dia nos presídios do Acre”, destaca a assessoria.(informações da Agência Brasil)

 



Deixe o seu comentário