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Diário da Amazônia

Regina Duarte a um passo de assumir a Cultura Nacional

Atriz consagrada nacionalmente, foi convidada pelo presidente Jair Bolsonaro a substituir o dramaturgo Roberto Alvim, após sua demissão

Por Victoria Angelo Bacon.
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Publicado: 17/01/2020 às 18h58min | Atualizado 17/01/2020 às 19h11min

Presidente ligou para a atriz no final dessa sexta-feira (17) para convidá-la a assumir a Secretaria Nacional da Cultura Brasileira, após a demissão do dramaturgo Roberto Alvim. Regina, que está de férias, disse que responderá amanhã o convite do amigo Jair Bolsonaro.

 

Convite aberto.

O presidente Jair Bolsonaro convidou a atriz Regina Duarte na tarde desta sexta-feira para assumir a Secretaria da Cultura do governo federal. O convite foi feito por telefone, numa ligação do próprio presidente. Segundo aliados de Bolsonaro, Regina ficou de responder nos próximos dias.

Defensora do governo Bolsonaro, a atriz é amiga da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Regina é uma das conselheiras do Pátria Voluntária, programa de Michelle para fomentar a prática do voluntariado.

Em agosto, Regina esteve em Brasília para uma reunião do Pátria Voluntária. “A sociedade precisa ocupar seu espaço de contribuição para um país crescente, para um país que evolua e que crie mais chances e mais oportunidades para as novas gerações. Nesse sentido, o voluntariado pode ocupar um espaço importantíssimo”, afirmou, na ocasião.

O que diz Regina?

A atriz contou, ainda, que no passado Bolsonaro já havia perguntado para ela sobre a cultura, e ela pediu que ele “não a convidasse para não causar um constrangimento, pois ela não queria recusar”.

“Não é a primeira vez que sou convidada pra esse cargo, me assusta muito. Estou aí pensando, não quero dizer nada, responder nada… Falei com dois filhos meus e eles ficaram surpresos, um quanto assustados, com o convite. Tenho que pensar em coisas que não imaginava estar pensando agora”, confessou.

Regina Duarte em 2019.

Quem é Regina Duarte?

Regina Blois Duarte (Franca, 5 de fevereiro de 1947) é uma atriz brasileira. Estreou em 1965 na TV Excelsior, onde começou em papeis menores até se tornar protagonista de novelas como Anjo Marcado, Legião dos Esquecidos e O Terceiro Pecado. Em 1969, devido a crise financeira na emissora que levou-a a falência pouco tempo depois, transferiu-se para a Rede Globo e fez dezenas de personagens marcantes, como em Selva de Pedra, Irmãos Coragem, Vale Tudo, Roque Santeiro e Rainha da Sucata e Malu Mulher, além da trilogia da Helenas em obras de Manoel Carlos – História de Amor, Por Amore Páginas da Vida.

Regina estreou em 1965 na TV Excelsior, atuando na telenovela A Deusa Vencida, de Ivani Ribeiro, sob a direção de Felipe Duarte de Jesus, e no teatro, no mesmo ano, sob a direção de Antunes Filho na montagem de “A Megera Domada”, de Shakespeare. Durante sua carreira na TV Excelsior (1965-1969), interpretou personagens marcantes, como a jovem Inesita, sua primeira protagonista, em As Minas de Prata (telenovela) (1966); a dócil e ingênua Carolina em O Terceiro Pecado (1968); ou a extraterrestre Melissa em Os Estranhos (1969), seu penúltimo papel na emissora. Em 1969, devido uma grave crise financeira, a TV Excelsior foi obrigada a dispensar diversos atores, incluindo Regina, sendo que a emissora faliu meses depois. Naquele mesmo ano a atriz assinou com a Rede Globo para protagonizar Véu de Noiva, sob a direção de Daniel Filho. Em seguida, em meados de 1970, interpretou a doce Ritinha, em Irmãos Coragem, um marco em sua carreira.

A carreira.

Ganhou a alcunha de Namoradinha do Brasil quando fez a telenovela Minha Doce Namorada, em 1971, interpretando a orfã Patrícia, na TV Globo. Em seguida interpretou a escultora Simone Marques, em Selva de Pedra (1972). Um grande marco em sua carreira, principalmente por ser a primeira trama a bater 100% de audiência em todo o país. Depois, vieram outras mocinhas, como a aeromoça Cecília em Carinhoso (telenovela). No meio da trama, Regina descobriu estar grávida de Gabriela Duarte, porém teve que esconder sua gravidez da imprensa, já que não era conveniente para sua personagem engravidar. Por isso, sua personagem passou a aparecer apenas em plano fechado e a trama foi encurtada em dois meses. Na época, Regina estava insatisfeita com a alcunha de “Namoradinha do Brasil”, já que este título a aprovisionava apenas em interpretar as heroínas das novelas, não a possibilitando interpretar outros papéis. Em 1975, disposta a romper o título que era vinculado à sua imagem, fez a prostituta Janete em “Réveillon”, um divisor de águas em sua carreira teatral. A imagem de Namoradinha do Brasil foi se rompendo os poucos.

Começou com a atuação na telenovela Nina, em 1977, consolidando-se de vez o fim da imagem de Namoradinha do Brasil com o seriado Malu Mulher, de 1979, onde interpretava uma mulher divorciada e independente, levando diversos grupos conservadores a protestarem.Em 1979 apresentou o especial Mulher 80, que trazia entrevistas e musicais sobre o papel feminino na sociedade. Entre 1984 e 1985 deixou a Globo para protagonizar o seriado Joana na Rede Manchete, uma vez que desejava há muitos anos trabalhar com Manoel Carlos, o autor da obra. Viveu personagens antológicos na TV como a Simone Marques de Selva de Pedra (1972), a Malu do seriado Malu Mulher(1979/1980), a dupla personalidade Luana Camará/Priscila Capricce em Sétimo Sentido (1982), a politicamente correta Raquel Accioli em Vale Tudo(1988), a espalhafatosa Maria do Carmo de Rainha da Sucata (1990), a extravagante Viúva Porcina em Roque Santeiro (1985). além de ter sido a atriz que mais deu vida às Helenas de Manoel Carlos, nas novelas História de Amor (1995), Por Amor (1997) e Páginas da Vida (2006).

Em 2008 viveu a cômica Waldete Maria, uma mulher despachada, divertida, pragmática e sem papas na língua, na novela Três Irmãs. Em 2011, Regina retornou à TV em um papel de destaque, a enigmática e fútil ricaça Clô Hayalla no remake de O Astro. De acordo com a própria Regina, Clô é um dos papéis mais marcantes e importantes de sua carreira, já que foi uma das poucas vilãs que a atriz interpretou em novelas. Em 2014, a atriz é anunciada no elenco de Boogie Oogie, porém desiste do papel na novela. A expectativa era que a atriz interpretasse a avó da protagonista (papel de Ísis Valverde) e repetisse par romântico com Lima Duarte, com quem contracenou em Roque Santeiro. No mesmo ano, faz uma participação especial em Império, novela de Aguinaldo Silva, no papel de Maria Joaquina, uma compradora de diamantes que participa dos quatro primeiros capítulos da trama. Ainda em 2014, é anunciada no elenco de Sete Vidas, no papel de uma homossexual. Em 2017, fez uma participação especial como ela mesma na novela “Pega Pega”. Viveu a personagem Madame Lucerne na novela Tempo de Amar.

Regina Duarte durante os protestos de Rua em 2015.

Vida pessoal e polêmicas.

Regina foi casada entre 1969 e 1975 com o engenheiro Marcos Flávio Franco Cunha, com quem teve dois filhos, o diretor André Duarte (1970) e a atriz Gabriela Duarte (1974). Regina atuou com a filha em três ocasiões: nas telenovelas Por Amor e Top Model, onde interpretaram igualmente mãe e filha, e na minissérie Chiquinha Gonzaga, onde dividiram o mesmo papel em fases diferentes.[14] Em 1976 começou a namorar o diretor Daniel Filho, com quem foi casada entre 1978 e 1979. Entre 1980 e 1982 namorou o publicitário argentino Daniel Gómez, com quem teve seu terceiro filho, o cineasta João Gomez. Em 1983 se casou com o diretor Del Rangel, permanecendo até 1995. Em 2000 começou a namorar o fazendeiro Eduardo Lippincott, com quem mantém uma união estável desde então.

Homenagens.

Foi agraciada com a grã-cruz da Ordem do Ipirangapelo Governo do Estado de São Paulo em 5 de setembro de 2017.

Política e controvérsias.

Nas eleições de 1985 para prefeito de São Paulo, ao apoiar Fernando Henrique Cardoso, a atriz Regina Duarte gravou um comercial pedindo a união da esquerda para combater o então candidato conservador Jânio Quadros. Na prática, isso representou uma campanha pelo voto útil, em desfavor de Eduardo Suplicy, do Partido dos Trabalhadores, terceiro colocado na disputa. Em 2002, Regina, ao lado de Raul Cortez e outros artistas, apoiou o candidato José Serra. Causou polêmica quando gravou depoimento, usado no horário eleitoral gratuito, afirmando ter medo do que o candidato adversário, Lula, faria na presidência, caso fosse vitorioso. Ela mencionava um suposto retrocesso para com a economia brasileira e um aumento na inflação devido a notória oposição do PT ao Plano Real. O seu medo era também sentido por outros setores da sociedade, em especial o empresariado e o mercado financeiro, apesar de o candidato Lula ter assinado documento em que se comprometia a não fazer grandes mudanças na área econômica. Por causa desse depoimento, Regina foi duramente criticada por outros artistas, que não consideravam saudável um ator se envolver em política, o que poderia respingar em sua imagem durante algum trabalho.

Em 2006 Regina Duarte ratificou sua posição e, em entrevista à revista IstoÉ Gente, afirmou: “Nunca me arrependi do que disse. O PT foi muito agressivo, dono da verdade. Hoje, estou profundamente triste, porque amo o meu país. As pessoas devem pensar melhor no voto com esta nova chance (em referência às eleições presidenciais daquele ano). Regina Duarte apoiou publicamente os ruralistas, na questão de demarcação de terras indígenas e quilombolas no Estado de São Paulo. Ela e o marido, Eduardo Lippincott, são criadores de gado da raça Brahman, em Barretos, na região de Ribeirão Preto, no norte de São Paulo.

Em outubro de 2018 apoiou Jair Bolsonaro na sua candidatura à presidência do Brasil.

 

O texto foi desenvolvido a partir do site Wikipedia e da página oficial da atriz.

 

 

 



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