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Diário da Amazônia

Relatório da FAB conclui que falha de manutenção levou à queda de helicóptero que matou Boechat

Piloto também tomou atitudes erradas ao tentar pouso na Rodovia Anhanguera, em SP, diz o documento

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Publicado: 29/10/2020 às 17h02min | Atualizado 29/10/2020 às 17h04min

Jornalista Ricardo Boechat e piloto Ronaldo Quattrucci morreram em queda de helicóptero em 11 de fevereiro de 2019 em São Paulo. Aeronave colidiu com caminhão — Foto: Reprodução/Arquivo/TV Globo

Uma série de falhas de manutenção levou à queda do helicóptero que transportava o jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, em fevereiro de 2019. É o que aponta um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da FAB, divulgado nesta quinta-feira (29).

No acidente, morreu também o piloto Ronaldo Quattrucci, de 56 anos. O profissional, segundo o Cenipa, tomou atitudes consideradas erradas durante a operação do helicóptero. De acordo com o relatório, ele não verificou se os instrumentos de bordo estavam funcionando perfeitamente. Suas atitudes durante o voo também contribuíram para o acidente, segundo a FAB.

O helicóptero caiu na Rodovia Anhanguera, no Rodoanel, em São Paulo, e bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava pela via no dia 11 de fevereiro de 2019.

Veja fatores que contribuíram para o acidente, segundo o Cenipa:

  • Manutenção da aeronave
  • Atitude do piloto
  • Cultura organizacional da empresa do piloto (que era dono do helicóptero também)
  • Indisciplina de voo do piloto
  • Julgamento de pilotagem do comandante
  • Processo decisório na hora da tragédia

O documento aponta, em especial, falhas no compressor da aeronave, que não teve nenhuma atualização ou troca completa desde 1988. O compressor estava com peças vencidas no momento do acidente. O tubo de distribuição de óleo da aeronave também ‘”estava com o calendário de troca excedido várias vezes”, segundo o Cenipa.

O piloto conseguiu a aprovação técnica pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 9 de agosto de 2017.

“Não foi encontrado nem foi apresentado nenhum registro de revisão geral do compressor desde 1988”, apontou o Cenipa.
A investigação entendeu que “houve ineficiência, por parte do operador (o piloto), quanto da organização de manutenção, no acompanhamento e na execução dos processos de manutenção” do helicóptero.

(G1)



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