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RONDÔNIA

Rio Madeira conta 100 anos de história

Por ocasião das comemorações dos 100 anos de criação de Porto Velho, o historiador Marcos Teixeira lembra que o eixo condutor dessa..

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Publicado: 03/10/2014 às 12h35min | Atualizado 29/04/2015 às 08h31min

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O rio Madeira recebe o nome devido à quantidade de madeira que desce no percurso

Por ocasião das comemorações dos 100 anos de criação de Porto Velho, o historiador Marcos Teixeira lembra que o eixo condutor dessa história continua sendo o rio Madeira. “Esta cidade nasceu da ousadia de se vencer o obstáculo hidrográfico. As cachoeiras eram um empecilho à exploração da principal riqueza da época, que era a borracha. Então, para poder contorná-las, constrói-se a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e em decorrência dela é feita a ocupação desse espaço, surgindo a população que vai dar origem à Capital rondoniense. O rio continua sendo a fonte viva de nossas riquezas. Antes nós exportávamos borracha; hoje nós exportamos eletricidade, que é outra forma de matéria-prima. Ou seja, ao longo de nossa história o rio nos alimentou, nos proveu e nos enriqueceu”, destaca o historiador.

O rio Madeira nasce na Cordilheira dos Andes e inicia sua descida nas cordilheiras, seguindo em direção ao Norte para o encontro com o Guaporé. O curso natural faz com que ele chegue em nosso Estado e aqui, que de fato, se transforma num rio de planície que traça uma divisória entre dois países: Brasil e Bolívia.

Estudiosos da hidrografia amazônica explicam que o Madeira recebe este nome, porque no período de chuvas o seu nível sobe e inunda grandes porções da planície florestal, trazendo troncos e restos de madeiras que são negociadas e transportadas às custas dele. Além disso, há centenas de famílias ribeirinhas que vivem e sobrevivem da pesca e da agricultura familiar praticada às margens desse rio.

Segundo Teixeira, na formação de Porto Velho há muitos momentos e situações que forjaram a identidade da população local, sendo quase todos ligados direta ou indiretamente à existência do Madeira. Faz parte desse cenário a atual situação dos tradicionais bairros do Triângulo, Baixa da União, Caiari, Arigolândia, Pedrinhas, Olaria, Panair, parte do Centro e do Areal que formam o berço onde nasceu a cidade centenária. Essas localidades são geograficamente representados pela Figura A. Em maio deste ano uma comitiva da Associação dos Moradores da Figura A (Amfa) iniciou uma luta junto ao município, reivindicando o direito à propriedade. Na ocasião registrou-se que cerca de 50 mil famílias – residentes nesta região – corriam o risco de perder as residências, porque as propriedades não estavam devidamente legalizadas. Na página seguinte, o professor Marcos Teixeira e o presidente da Amfa, Narciso de Oliveira Freire, acrescentam informações à história da centenária Porto Velho.



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