O Instituto de Previdência Social dos Servidores de Rolim de Moura, o Rolim Previ, divulgou nota de esclarecimento nesta quinta-feira (16) sobre a operação Fundo Fake, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (15). Na ocasião, a PF revelou um esquema de investimento em fundos falsos envolvendo o instituto e uma empresa.
A PF calcula que cerca de R$ 17 milhões dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) foram movimentados nestes fundos falsos em Rolim de Moura (RO), cidade da Zona da Mata.
A reportagem, o Rolim Previ destacou nesta quinta-feira que os investimentos apontados pela PF ocorreram em 2013 e anos anteriores. “A empresa de consultoria investigada já não presta serviço para o Rolim Previ, desde de meados de 2016”, afirma.
De acordo com o órgão, a atual gestão do Rolim Previ iniciou-se em setembro de 2017 e repudia as práticas investigadas, “prezando por procedimentos de transparência, boas práticas de governança e regras prudenciais de conduta coerentes com as melhores práticas do mercado e com o cumprimento das instruções da Comissão de Valores Mobiliários(CVM), do Tribunal de Contas do Estado, bem como, da Secretaria de Previdência”.
A nova gestão do Rolim Previ ainda afirma ter encaminhado à PF vários documentos protocolados, pedindo investigação de possíveis irregularidades em aplicações passadas, relacionadas a dois fundos de investimento.
“Destacamos que o Rolim Previ, por sua atual diretoria, vem trabalhando com diligência e transparência, a fim de atingir resultados compatíveis com as boas práticas do mercado e com o crescimento saudável do patrimônio Financeiro dos segurados. Estamos oferecendo total apoio nas investigações e, havendo irregularidades, espera-se sejam identificados e punidos responsáveis, na forma da lei”, afirma a nota assinada por Solange Ferreira Jordão, superintendente do Rolim Previ.
A PF confirma que os investimentos em fundos falsos ocorreram em outra gestão do Rolim Previ, sendo que o servidor investigado já foi indiciado por gestão fraudulenta em outro inquérito policial.
Ao longo da investigação foi verificado que, logo após os investimentos do Rolim Previ nos fundos, boa parte do valor era repassado rapidamente para a consultoria e seus sócios. Tal prática é conhecida no mercado como ‘rebate, segundo a PF.
Os rebates identificados finalizavam percentuais de mais de 20% do valor investido em alguns casos e a consultoria então providenciava que parte dos valores chegassem a gestores do Rolim Previ.
A PF afirma que o objetivo das instituições financeiras foi criar diversos fundos de investimentos que aportavam valores entre si, como um efeito cascata.
Com isso, as administradoras e gestoras dos fundos multiplicavam seus ganhos com taxas de administração, gestão e performance, essa quase sempre fraudada. A organização criminosa criou um sistema de dinheiro virtual e aumentou dos investimentos, todos atrelados.
A perícia da PF aponta um prejuízo de R$ 17,4 milhões apenas nos cofres do Rolim Previ. (G1)