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Diário da Amazônia

Se Stavros estivesse no MEC, esse vexame não estaria acontecendo!

Stavros Xanthopoylos foi consultor do programa de educação do Governo Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.

Por Victoria Angelo Bacon.
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Publicado: 26/01/2020 às 15h03min | Atualizado 26/01/2020 às 15h54min

 

Stavros tem um perfil que acho que é raro. Ele tem formação, vive o ambiente educacional a vida toda  e tem a capacidade gerencial prática. Tem como contribuir. Acusação de conflito de interesse vai existir o tempo todo, a única coisa que posso te dizer é que não tenho problema nenhum em abrir minha vida em tudo — diz o professor, quando foi alçado em novembro de 2018 para assumir o Ministério da Educação do Governo Bolsonaro. Parte desse show de horrores criado pelo ministro Weintraub, não estaria acontecendo se Stavros estivesse no comando da Educação Nacional, colocando, inclusive, o nosso presidente em situação vexatória e o país numa enorme confira o causada pelos erros no Enem 2019.

Professor Stavros durante sua entrevista no Programa do Jo na Rede Globo falando sobre sua trajetória e a educação à distância.

 

A insatisfação.

Deputados, senadores e até assessores ligados ao presidente Jair Bolsonaro não aguentam mais as confusões causadas pelo ministro da educação Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub. O ministro-problema coleciona discórdias e problemas que vai desde escrever errado palavras simples da nossa Língua Portuguesa, ofensas no Twitter, ofensas em público, calúnia e difamação e, para encerrar, a polêmica do ENEM que completa 21 anos como o mais desorganizado da história.

Bolsonaro minimiza erros ocorridos no Enem com Weintraub: ‘Sempre há’.

A expressão #erronosisu entrou para a lista de temas mais comentados no Twitter no país. Segundo os relatos, o sistema estaria permitindo a inclusão de candidatos nas duas opções de curso no Sisu, o que não deveria acontecer, além de exibir duas notas de corte diferentes para quem concorre a uma vaga com e sem bônus.

O próprio Planalto já estudava substituir Weintraub.

O ministro estava preparando uma tentativa de saída discreta do cargo após o recesso de fim de ano, segundo uma fonte próxima do assunto. O plano era emendar a folga das próximas semanas com férias e deixar o cargo. Pesa contra uma saída imediata a falta de um nome para substitui-lo, o que fará com que a troca de cadeira no Ministério da Educação (MEC) se dê em “fogo lento”, descreve a fonte. Por isso Weintraub ainda continua apagando o fogo com álcool. Esperamos nos próximos dias uma notícia boa: A SAÍDA DE WEINTRAUB DO MEC.

 

Jorge Kajuru, senador por Goiás e aliado do presidente disse que vai reunir parlamentares para cobrar de vez a saída de Weintraub do MEC ao presidente.

A incompetência de Weintraub coloca assim em jogo a credibilidade de um sistema que funciona bem há muitos anos. E os candidatos, que investiram tempo e esperança no exame de 2019, ficam em compasso de espera.

De todos os dissabores recentes, ver a Educação em colapso é talvez o pior. Com seus óculos escuros e seus erros de Português, até aqui Weintraub está conseguindo fazer a vaca ir para o brejo, como parece ser o seu objetivo.

 

deputada Tabata Amaral (PDT-SP) quer que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, seja convocado pela Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre os erros ocorridos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Quem é Stavros Xanthopoylos?

É professor, tem 59 anos, e é ex-diretor da divisão de cursos online da FGV. Naturalmente, ele defende a educação à distância, inclusive para crianças do ensino fundamental. É contra o sistema de cotas, levanta a bandeira do Escola Sem Partido, e diz ser contra a “imposição das minorias”; crê, assim como Bolsonaro, que escolas não devem doutrinar ou impor ideologias. Ele também concorda com a proposta de Bolsonaro de implantar mais colégios militares.

Professor Stavros durante as comemorações dos 15 anos da FGV on line.

O Curriculum de Stavros.

Doutor em Administração de Empresas pela FGV-Eaesp, graduou-se em Engenharia de Produção, com Especialização em Qualidade e Produtividade, pela Escola Politécnica da USP. Desde 1994, é professor do Departamento de Operações da FGV-Eaesp. Leciona e coordena cursos, em nível de pós-graduação, em EAD há mais de 18 anos pela FGV. É convidado para ministrar palestras como especialista sobre EAD, Recursos Educacionais Abertos (OER’s) e Educação Corporativa, em âmbito nacional e internacional. Atuou, por quatro anos, como juiz especialista no Learning Impact Awards – IMS Global Learning Consortium. Atualmente, é Vice-Diretor  do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) da Fundação Getulio Vargas, além de Vice-Presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), e Conselheiro do OEC – Open Educational  Consortium –, do MIT. Em 2014  foi eleito,  ‘Personalidade Educacional’, promovido pela Associação Brasileira de Educação (ABE), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Folha Dirigida, honraria conquistada também em 2011 e 2013, passando a integrar o Quadro dos Grande Educadores, e, recebeu prêmios internacionais pelo OEC (MIT) e Learning Impact Awards pelas suas contribuições. Em 2013 recebeu a medalha da Ordem de JK – Black & Gold conhecida “Cruz do Mérito do Empreendedor”, pelo destaque como um dos melhores da década, pela da Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito, em comemoração a os 10 anos da Ordem de JK. Em 2014, recebeu título de Comendador e foi nomeado Chanceler da Educação pela Acadêmia Brasileira de Honrarias e Mérito. Compõe o Comitê Técnico de Pesquisa do Grupo ROER4D (Research on Open Educational Resources for the Developing World), onde atua como responsável pela região da América Latina, outras regiões na pesquisa incluem a África e o Sudeste Asiático. O projeto é financiado pela IDRC do Canadá. Foi eleito para o Board of Directors do OEC na eleição de 2015.

O professor Stravos, consultor de educação do Bolsonaro Foto: Marcos Alves / Agência O Globo.

 

Stavros durante a campanha de Bolsonaro à presidência.

Stavros foi o principal consultor em educação do candidato do PSL à Presidência da República. Durante o mês de agosto de 2018 em encontro com o então candidato Bolsonaro o que foi suficiente para que ele incorporasse sugestões do professor, como a educação à distância (EAD) até mesmo para o ensino fundamental.

Temos pedagogia do século XIX, professores que atuam no século XX e alunos que precisam ser formados no século XXI.



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