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Diário da Amazônia

Seguro viagem garante proteção em viagem nacional e internacional

Os principais casos que mais acontecem são problemas de saúde, extravio de bagagens e alteração de voos

Por Solano Ferreira
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Publicado: 12/10/2019 às 10h23min | Atualizado 16/10/2019 às 11h48min

Aeroporto Internacional Jorge Teixeira, em Porto Velho – Foto: Jota Gomes

Nada pior do que chegar no destino e perceber que a bagagem foi extraviada. É a maior tribulação; sem contar com o pavor de ficar sem os pertences essenciais separados especificamente para a viagem. O jornalista Léo Ladeia já viveu uma semana de angústia com o extravio de bagagem. Sem o seguro viagem teve que esperar a recuperação de seus pertences.

“Eu e minha esposa ficamos um final de semana inteiro com a mesma roupa. Com a demora para localizar a bagagem tivemos que comprar o essencial. Ficamos no prejuízo”, afirmou.

O extravio de bagagem é três vezes mais frequente à Europa do que em outras regiões, mas esse não é o único transtorno vivido por viajantes. Doenças ou desarranjos de saúde, perda ou atraso de voo e outros acontecimentos são problemas recorrentes que causam prejuízos, mas podem ser cobertos por seguro viagem, um serviço que no Brasil vem sendo difundido e cresce a procura a cada ano.

Rafael Turra é diretor operacional da Vital Card Seguro Viagem

Especialista no segmento, Rafael Turra, diretor operacional da Vital Card Seguro Viagem, diz que fazer um seguro viagem é um bom negócio porque evita gastos e transtornos desnecessários. Sobre o período de vigência, o cliente compra a quantidade de dias que achar necessário. O custo do serviço gira em média de 2% a 3% do valor investido na viagem.  O percentual pode variar de cordo com o padrão contratado.

“O valor investido é bem pouco pelo benefício e economia que poder gerar”, considerou.

O viajante brasileiro não tem a prática de utilizar o serviço, mas quando a viagem é programada com assessoramento de agente de viagem, geralmente o cliente é orientado para a aquisição do serviço. Quanto a carência, a cobertura pode variar de acordo com o plano adquirido, mas no geral, inicia a partir do embarque ou da compra do serviço.

 

Atendimento moderno

Segundo Rafael Turra, as seguradoras tem ampla rede conveniada de hospitais e profissionais em diversos países para garantir a cobertura mundial. O cliente pode ir até um hospital ou o médico vai até o hotel, dependendo da complexidade. A novidade é a telemedicina nos países onde esse tipo de procedimento é regulamentado.

“Dependendo do caso, o cliente é atendido pelo médico de preferência através de chamada de televídeo, e a prescrição da medicação vai imediatamente pela internet”, explicou.

Numa viagem aos Estados Unidos, o empresário Giovane Breno dos Santos passou mal após comer um prato à base de frutos do mar. Sem saber que era alérgico precisou ser socorrido. Como tinha o seguro viagem, passou por todos os tratamentos com o custo coberto pelo serviço. “Fui prontamente socorrido e atendido com alta qualidade”, avaliou.

 

Como comprar

Marcos Sarturi – vice-presidente do Sincor

O vice-presidente do Sincor (Sindicato dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguro e Capitalização dos Estados de Rondônia e Acre), Marcos Sarturi, disse que o seguro viagem, está sendo exigido em viagens internacionais em muitos países, principalmente Europa e EUA, mas existe também crescente procura também para o seguro em viagens nacionais, viagens para esporte de aventura (que são coberturas diferentes com valores maiores para despesas médicas).

“Outra observação importante é verificar se a seguradora tem a autorização da Susep”, alertou.

Sarturi também orienta sobre as informações do tipo de situação de risco o viajante se envolverá na viagem. “Eu, por exemplo, mesmo tendo convênio médico, quando vou para o interior participar de algum evento de bike, faço meu seguro, mesmo tendo plano de saúde. O seguro viagem fica um custo irrisório. Algumas seguradoras só aceitam a partir de viagens por meio aéreo outras também por meio terrestre”, explicou.

Outra orientação é quanto ao caso do viajante ter outro tipo de seguro.

“É importante consultar o corretor e saber sobre o tipo de cobertura que já possui, e sempre que tiver uma emergência acionar os contatos da seguradora para que não perca nenhum direito”, recomendou.

 

O volume de seguros

Dados oficiais de produção da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, apontam volume impressionante para o Brasil, demonstrando que o brasileiro está mais atento ao planejamento de viagem. O setor mais que dobrou nos últimos cinco anos.

No ramo de seguro viagem individual ou coletivo, de janeiro a agosto de 2019, já foram produzidos quase R$ 400 milhões de negócios. O volume deve superar o ano de 2018 que somou mais de R$ 513 milhões. Em 2017 foram quase R$ 480 milhões, 2016 movimentou mais de R$ 442 milhões e em 2015 atingiu R$ quase 293 milhões.

Aeroporto Internacional Jorge Teixeira – Foto: Roni Carvalho

Principais sinistros

Estudo de perfil de sinistros do viajante brasileiro, realizado pela Vital Card entre agosto de 2018 a janeiro de 2019, mostra que mais da metade dos casos utilizados são para Despesas Médicas-Hospitalares. Em segundo lugar figura a cobertura de despesas para extravio da bagagem, que visa reembolsar gastos com produtos de primeira necessidade. E, em terceiro lugar, aparece a cobertura de atraso de voo, que visa reembolsar gastos decorrentes do atraso superior a quatro horas, ou motivo por problemas operacionais da companhia aérea.

 

Jet Lag

Principalmente em viagens longas, a pessoa vive condição adversa á sua realidade. São as mudanças de clima, de fuso horário, de altitudes e até mesmo de gastronomia que podem causar mal estar (Jet Lag). De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) 94% dos passageiros e 96% dos atendentes de voo, em viagens de longa duração são acometidos pelo jet lag.

Rafael Turra diz que, as viagens para fora do país oferecem mais esse tipo de risco. “Nos Estados Unidos, o custo médio de um atendimento médico em pronto atendimento está em torno de US$ 7 mil dólares”, estimou. Despesas essas que podem ser cobertas pelo seguro de viagem.

 

Extravio de Bagagens

Outro problema de grande incidência em viagens aéreas é o extravio de bagagem. A SITA (empresa fornecedora de tecnologia e soluções de automação para indústrias de aviação), estima que a cada mil passageiros, 5,73 têm bagagens extraviadas entre os voos.

 

Voos cancelados ou atrasados

Outra ocorrência que causa muitos transtornos e que pode ser coberto com o seguro viagem é o cancelamento ou perda de voo. Segundo a ANAC (Agência Nacional de Avião Civil) somente em outubro de 2018, 1,33% de todos os voos previstos foram cancelados, 6,82% tiveram atrasos de até 30 minutos e 2,65% tiveram atrasos superiores a 60 minutos. Esse tempo é suficiente para perda de conexão, prejuízos e transtornos.



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