Porto Velho/RO, 29 Março 2024 08:35:32
Diário da Amazônia

Sem fôlego para o 2º turno

A três semanas da eleição para presidente da República, a  pesquisa  eleitoral do Datafolha divulgada na sexta-feira (14) mostra o..

A- A+

Publicado: 17/09/2018 às 14h59min

A três semanas da eleição para presidente da República, a  pesquisa  eleitoral do Datafolha divulgada na sexta-feira (14) mostra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, disparado na liderança com o dobro da intenção de votos dada aos concorrentes que aparecem em segundo lugar, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT), que estão empatados com 13%.
Mas apesar da liderança folgada que se consolida desde a confirmação da impugnação da candidatura do ex-presidente Lula (PT), e de o candidato ter subido fora da margem de erro — 2% para mais ou para menos — o militar não tem motivos para ficar tranquilo e nem festejar, muito menos entoar o canto de já ganhou. A razão é porque desde a divulgação da primeira pesquisa de intenção de voto, Bolsonaro lidera nas duas pontas, ou seja, ele está a frente também dos outros candidatos no índice de rejeição.
O que complica para candidato representante da extrema direita brasileira, é que seu índice de rejeição é superior duas vezes às intenções de votos declaradas a seu favor. E mais, as pesquisas mostram ainda que não há, pelo menos até este momento, uma tendência de redução na taxa de rejeição.
Nem mesmo o atentado sofrido pela candidato há duas semanas, em juiz de Fora (MG), que muitos apostavam ser um fator determinante para assegurar a cadeira do Palácio do Planalto ao candidato, conseguiu comover o eleitor brasileiro e assegurar a eleição de Bolsonara já no primeiro turno. Tanto que seu crescimento em relação à pesquisa anterior foi de apenas dois pontos percentuais, muito pouco para acabar a disputa já no próximo dia 7 de outubro.
O alto índice de rejeição de Bolsonaro mostra que mesmo se mantendo na liderança por meses, o “capitão” não teria fôlego para enfrentar seus principais concorrentes no segundo turno, no dia 28 de outubro.
A falta de capilaridade eleitoral do candidato, até a pesquisa divulgada na sexta-feira, é clara e projeta que a maioria dos eleitores dos candidatos que não conseguirem passar para o segundo turno, direcionarão seus votos para quem for enfrentar  o candidato do PSL no segundo turno. Jair Bolsonaro perde em eventual disputa para Ciro Gomes (45% a 38%), para Marina Silva (43% a 39%) e Geraldo Alckmin (41% a 37%). Em relação a Fernando Haddad, a vantagem de Bolsonaro é de apenas um ponto percentual (41% a 40%).
Esses números mostram que o grande desafio do candidato será diminuir o seu alto índice de rejeição o que lhe daria fôlego para garantir uma vitória no segundo turno. Mas o discurso homofóbico de Bolsonaro, sua aversão às minorias, sua postura racista desqualificando negros e índios e o tratamento de inferioridade que dá às mulheres, entre outros fatores, só o afastam dos votos que ele precisa para virar esse jogo, mesmo com a sociedade conservadora que temos.


Deixe o seu comentário