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Política &

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Publicado: 09/08/2019 às 17h35min

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Seria cômico se não fosse trágico

“Está escrito na Constituição. Eu não posso usar a função pública para ganhar dinheiro além do que eu já ganho”–Gilmar..

“Está escrito na Constituição. Eu não posso usar a função pública para ganhar dinheiro além do que eu já ganho”–Gilmar Mendes, ministro do STF

1-Humor negro

Seria cômico se não fosse trágico. Alexandre Nardoni condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabela cumpre pena desde 2008. Com a progressão para o regime semiaberto em abril e por ter boa conduta Nardoni vai para casa no dia dos pais com a esposa, cumplice do crime que vitimou Isabela e que teve igual benefício da justiça. No Brasil há progressão de pena, “saidinhas”, jumbo, auxílio reclusão e visita íntima. No Brasil não ha prisão perpétua, pena de morte, trabalho forçado, ninguém fica preso por mais de 30 anos e ninguém se envergonha disso. Que país é esse?

2-Fechando a torneira

A Ficco-Força Integrada de Combate ao Crime Organizado coordenada pela PF está com a PRF e Polícia Civil de Minas – são 250 agentes – na Operação Caixa Forte com 52 mandados de prisão preventiva, 48 de busca e apreensão, 45 de sequestro de valores e bloqueio de contas bancárias em 18 cidades e unidades prisionais de Minas, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Liquidar o financeiro do PCC é a meta. Uma facção, a Geral Progresso, que está sendo desmontada nesta Operação de hoje era a central que distribuía a droga, recolhia o dinheiro e coordenava a lavagem de dinheiro. 45 contas fatiaram mais de R$ 7 milhões em pequenos depósitos para fugir do COAF.

3-Kajuru cortou as asas 

O polêmico senador Kajuru saiu do PSB afirmando que o principal motivo é o fato do partido querer que ele seja “inimigo do Bolsonaro”. “Hoje, ser inimigo do Bolsonaro é ser inimigo do Brasil e vou continuar criticando Bolsonaro em tudo aquilo que acho errado”. Em carta ao presidente do PSB, Carlos Siqueira, Kajuru admitiu ser de “difícil relacionamento, por agir a vida inteira do meu jeito, não conseguindo conviver em grupo e pensar como ele” e azedou na crítica: “Uns três caciques com rabo preso exigem que eu vote como eles querem. Sou independente e só aceito opinião de quem me elegeu”. E o PSB ainda quer punir deputados infiéis. Onde já se viu… 

4-Despolitizando o COAF

Ainda não é definitivo, mas o Coaf que tanta encrenca causou desde o primeiro dia de governo pode sair do mapa. “Pretendemos tirar o Coaf do jogo político” diz Bolsonaro. “Estamos conversando esse afastamento, de vincular ao Banco Central. Tudo onde tem a política, mesmo estando bem intencionado, sempre sofre pressões de um lado ou de outro. A gente quer evitar isso aí”. Para ele, estando sob o guarda chuva do BC o Coaf “faria seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político”. O papo está avançado e a ideia é ter quadro efetivo e mudar o nome.   

5-De olho nos bancos e rentistas

Falando em BC, o presidente Roberto Campos Neto, estuda medidas para reduzir o spread bancário – diferença entre o que os bancos pagam na captação de dinheiro e o que cobram quando concedem empréstimo – o que deve reduzir juros para pessoas físicas e jurídicas. Dados do BC mostram que o spread não para de crescer, apesar da queda da Selic que hoje está em 6% e isto explica em parte o fato dos juros brasileiros serem os mais caros do mundo. Em linguagem descomplicada, faltam bancos para alavancar a competição e mais regulação do estado para acabar a avareza ou usura. 

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sobre Política & Murupi

Leo Ladeia é baiano de Itororó, torcedor do Bahia ou um pau rodado que apoitou por aqui. Começou como radialista na Rádio Vitória Régia aos 55 anos. Apresentou o programa Lendas do Rock na rádio Parecis. Na SIC TV como aqui no Gente de Opinião Léo Ladeia fez de tudo. Astronauta, boy, pintor, poeta e pedreiro. Mutante, gosta de experimentar e de desafios, atualmente Ladeia está trabalhando no Rede TV Rondônia, canal 17,do Sistema Gurgacz de Comunicação.