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SAÚDE

Sesau guarda 50 respiradores sem uso em plena pandemia 

Os aparelhos que fazem falta nos hospitais estão guardados no almoxarifado enquanto pessoas morreram por falta de UTIs completas

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 11/06/2020 às 06h00min

Os leitos reformados são do Centro de Reabilitação, uma extensão hospitalar localizada na Zona Leste da capital

Já foram entregues nesta semana os 55 leitos reformados e instalados pela Grupo Pensar Rondônia, composto por empresários com o objetivo de promover ações de desenvolvimento regional. Todo o custo foi bancado por empresas, principalmente do grupo Rovema, visando agilizar a operacionalização de mais leitos para atender pacientes de Covid-19.

Inicialmente seriam 33 leitos, mas conseguiram fazer boa gestão dos recursos e ampliou as unidades. O investimento dos empresários para ajudar o estado é para salvar vidas e salvar a economia que está abalado com o isolamento social. 

Os leitos reformados são do Centro de Reabilitação, uma extensão hospitalar localizada na Zona Leste da capital. Apesar de tudo pronto e patrocinado por empresas, o governo ainda não conseguiu colocar em atividade por que falta os ventilares mecânicos, essenciais em UTIs.

Uma informação que deixou os empresários contrariados é que Sesau (Secretaria de Estado da Saúde) possui 50 desses aparelhos guardados no almoxarifado. Apesar de novos, os aparelhos não estão sendo utilizados por questões burocráticas. Muitas pessoas que perderam a vida poderiam ter sido salvas com a operacionalização desses equipamentos que estão guardados.

Os aparelhos foram adquiridos em 2017 para o hospital regional de Guajará-Mirim. Como a unidade hospitalar não ficou pronta, os equipamentos novos permanecem parados, sem uso, por conta da burocracia administrativa. A utilização durante a pandemia poderia ser resolvida já que o decreto de calamidade pública flexibiliza a gestão administrativa para agilizar as ações. 

Segundo servidores da Sesau, o governo estadual contratou recentemente mais 11 médicos, 15 enfermeiros, 30 técnicos de enfermagem, fez aquisição de oxigênio, e demais custos, e essa estrutura não consegue salvar vidas por falta de UTIs. “Parece que a pandemia só existe para a sociedade. O governo continua inerte e as pessoas morrendo”, desabafou um empresário. 

Os empresários teriam reunião com o governo estadual na manhã de ontem (10), para tratar do assunto, mas devido a operação a Polícia Federal na Sesau, a reunião foi suspensa. 



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