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Diário da Amazônia

Soldados da Borracha combatentes da 2° guerra morrem na Amazônia

Soldados que ajudaram a escrever a história do estado morrem sem receber idenizações

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
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Publicado: 13/06/2018 às 09h52min

Foto: Divulgação

 

Mais um pedaço da história rondoniense vai embora sem reconhecimento, apenas este mês dois soldados da borracha faleceram sem usufruir dos seus direitos.

No último sábado (09), Juvêncio Arruda, soldado da borracha mais antigo que existia no Brasil, que estava prestes a completar seus 109 anos, faleceu no município de Boca do Acre/AM, devido a uma forte gripe. Já nesta segunda-feira (11), o seringueiro Antônio Soares Mendes Filho (Tio Deco), também faleceu na cidade de Porto Velho.

Os dois combatentes dentre muitos que saíram do nordeste entre o período de 1943 e 1945, saíram dos seus lares rumo à Amazônia para extrair borracha para os EUA e países aliados que participavam da 2° Guerra Mundial.

Na época, atraídos pelas propagandas de bons salários e, almejando a mudança de vida, mais de 65 mil homens participaram do desbravamento da Amazônia em busca de látex, além dos inúmeros perigos enfrentados diariamente nos distantes seringais, os soldados não receberam as indenizações prometidas pelo governo da época.

Eles tiveram suas vidas tolhidas, marcadas por lutas e sofrimentos, onde vivenciaram os martírios que muitos seringueiros passaram em nome da pátria. Juvêncio Arruda e Antônio Soares agora fazem parte das estatísticas, daqueles que atuaram na épica Batalha da borracha e morreram com o sonho de um dia serem reconhecidos pelos esforços que fizeram ao Brasil e ao mundo.

De acordo com o dirigente do Sindicato dos Soldados da Borracha e Seringueiros do Estado de Rondônia (Sindsbor), George Telles, o sindicato lamenta a morte dos combatentes que escreveram parte da história do estado.

“À época, Juvêncio demonstrou o desejo de ser reconhecido pelo governo como “combatente de guerra”, em vida. “Não deu pra ele, nem pro Tio Deco, nem para o contingente tombado de 35 mil homens mortos nos seringais, a mando dos patrões. Morriam durante o fabrico das bolas de látex, atacados por animais selvagens e até pela temida malária”, assinalou o dirigente do Sindsbor, finaliza o dirigente.



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