As doenças no coração costumam causar bastante preocupação nos pacientes, seus familiares e amigos. Não é para menos, esse é um dos órgãos mais importantes para a manutenção na vida.
Entre as cardiopatias, temos o sopro no coração. Na maioria das vezes é inocente. Em alguns casos, requer um acompanhamento rigoroso e até mesmo intervenção cirúrgica.
Este artigo traz informações sobre o que é o sopro, suas causas, sintomas e riscos, relacionando os possíveis tratamentos e as consequências da ausência de acompanhamento cardiológico especializado.
Com uma série de mecanismos engenhosos, o coração é o motor do sistema cardiovascular que permite que o oxigênio e os nutrientes fluam por meio do sangue para todas as células do corpo.
Nesta complexa estrutura, há quatro válvulas (duas de entrada do sangue e duas de saída) que têm a função de garantir que o fluxo sanguíneo siga nas direções corretas. Essas válvulas se abrem e se fecham de forma ritmada e sincronizada com os batimentos cardíacos.
O sopro ocorre quando uma dessas válvulas tem o orifício para a passagem do sangue menor que o normal. Isso faz com o que o coração produza um som similar ao sopro do vento.
O sopro pode ter três causas: condição congênita, resultado da degeneração da válvula com o avanço da idade do paciente e sequela de infarto.
A medicina classificou 6 graus de sopro cardíaco de acordo com a intensidade do problema.
No grau 1, o sopro é bem fraco e o som mal pode ser ouvido com a ajuda do estetoscópio. Já no grau seis, o som é tão alto que pode ser escutado com o ouvido encostado no peito do paciente, sem a ajuda do aparelho.
O sopro não é uma condição rara. Cerca de 45% dos bebês nascem com esse pequeno defeito em uma das válvulas. No entanto, na maioria dos casos, durante o crescimento da criança, a válvula se desenvolve corretamente e problema desaparece.
Dependendo do grau, o sopro pode ser inofensivo para a saúde ou representar um risco mais grave para a saúde cardiovascular.
O sopro no coração passa a ser uma condição mais perigosa quando acompanhado de outros sintomas, além do ruído produzido durante a passagem do sangue pela válvula. São eles:
Um pediatra ou o clínico geral podem detectar o problema, mas o acompanhamento e o tratamento devem ser conduzidos por um cardiologista.
De posse de informações sobre o histórico familiar, sintomas e doenças anteriores, como febre reumática, o médico fará uma avaliação inicial.
Para um diagnóstico preciso, são indicados quatro tipos de exames: ecocardiograma, eletrocardiograma, radiografia do tórax e cateterismo.
Dependendo da gravidade e intensidade do sopro, o médico cardiologista pode indicar tratamento por meio de remédios ou de cirurgia.
Existem várias substâncias medicamentosas que ajudam a facilitar passagem do sangue pela válvula.
A digoxina, por exemplo, ajuda o coração a bater com mais força dando maior intensidade ao fluxo sanguíneo.
Já os betabloqueadores e diuréticos ajudam a baixar a pressão arterial, que se for alta é um fator de complicação. O colesterol alto também é uma condição de risco para quem tem sopro, então neste caso são utilizados medicamentos à base de estatinas.
Em casos em que o sopro pode ser fator de risco de morte e o paciente não responder bem aos tratamentos medicamentosos, cirurgia é a solução.
O tipo de cirurgia para cada caso é bastante discutido entre o médico e o cirurgião cardiologista. O procedimento pode ser feito com a abertura do tórax para correção ou substituição da válvula defeituosa ou com a ajuda de um cateter (cateterismo cardíaco).
Não há como prevenir o sopro cardíaco congênito. Alguns cuidados podem prevenir o sopro adquirido: praticar regularmente de exercícios físicos, manter uma alimentação saudável e equilibrada, evitar o tabagismo, álcool em excesso e o uso de outras drogas.
A prática de check up cardiológico periódico é uma das formas mais seguras de detectar doenças cardíacas e tratá-las a tempo. Especialistas como os que integram a equipe da Rede D’Or São Luiz estão prontos para orientar e tratar quem recebeu o diagnóstico.