O sindicato dos técnicos administrativos da Unir – Sintunir e a Associação dos Docentes da Unir – Adunir, participaram nos últimos dia 07, 08 e 09 de uma paralisação nacional que contou com a adesão de 50 universidades federais. O objetivo de professores e técnicos das universidades federais é alertar o Governo para as atuais condições de trabalho e cobrar o que foi reivindicado na greve de 2012, que de acordo com os manifestantes até hoje não foi cumprido.
Segundo o presidente do Sintunir, Evaldo Lopes, hoje faltam professores e técnicos, é preciso rever o salário destes profissionais, visto que a inflação é de quase 8% e os ganhos obtidos anteriormente passam a ser insuficiente para a atual realidade do País, outra reivindicação é quanto às 30 horas de serviço. “Atualmente os professores e técnicos trabalham quarenta horas semanais, ou seja, oito horas por dia, com a diminuição do horário de trabalho o serviço seria melhor distribuído uma vez que a Universidade atende durante os três turnos, isso não atrapalharia em nada o andamento do processo de ensino, nem a funcionalidade da Ifes”, ressaltou Lopes.
Demanda de trabalho é grande para os técnicos
Para Lúcia Mendes, vice-presidente do Sintunir, a demanda de trabalho é grande e muitos técnicos, devido a está situação, trabalham à base de medicamentos, por isso a necessidade da alteração da jornada de trabalho. “Essa medida traria melhoria do nosso trabalho, assim como também, na nossa qualidade de vida e não prejudicaria nem estudantes, nem as Ifes”, comentou Lúcia.
De acordo com o vice-reitor da Unir, Ari Otti, a paralisação é um direito do trabalhador e a instituição apoia a paralisação. “Na minha interpretação é mais um alerta do que um enfrentamento ao Governo, que tem como foco mostrar que é preciso olhar por todas as categorias, pois os pacotes de ajustes que estão sendo propostos prejudicam o trabalhador, então ao nosso ver não há estranheza alguma, as greves já fazem parte do cenário das universidades federais”, declarou Otti.
Todos os campi de RO participaram
Participaram em Rondônia da paralisação de três dias, os campi de Guajará-Mirim, Rolim de Moura, Presidente Médici, Ariquemes, Ji-Paraná, Vilhena e Cacoal. No município de Presidente Médici, alunos e professores da Unir, realizaram um manifesto na BR-364 no centro da cidade, cobrando melhorias para o campus.
Entre os dias 4 e 8 de maio será realizado um congresso nacional para definir pautas de reivindicação para colocar na mesa de negociação, de acordo com o presidente do Sintunir, se não houver êxito nas negociações, haverá sim uma greve geral. “Até o momento estamos aqui realizando essa paralisação como um indicativo de greve, depois dessa negociação, aí sim iremos começar a greve. No entanto, queremos lembrar que não estamos proibindo ninguém de entrar no campus, contudo, quem quiser entrar tem que deixar o carro e moto aqui fora, só entram a pé”, explicou o presidente do sindicato.
A Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), diz ainda que um dos objetivos dessas manifestações que ocorreram em todo País é chamar a atenção do Governo Federal para que as negociações com os trabalhadores comecem imediatamente, bem como pressionar o Congresso Nacional para arquivarem todos os projetos que atacam direitos, como o PL n° 4330 (terceirizações), porém, na última quarta-feira, 08, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4330/2004, que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho. Agora, o projeto será encaminhado diretamente para votação no Senado.