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Diário da Amazônia

Terceiro setor realiza Curso de Viveiristas para indígenas de RO

As Terras Indígenas vêm sofrendo com o desmatamento, erosão e perda da biodiversidade devido a crescente pressão pelos recursos..

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Publicado: 08/11/2014 às 08h17min | Atualizado 28/04/2015 às 17h49min

Curso terá ainda atividades práticas sobre mudas

Curso terá ainda atividades práticas sobre mudas

As Terras Indígenas vêm sofrendo com o desmatamento, erosão e perda da biodiversidade devido a crescente pressão pelos recursos naturais. A partir disso a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé com apoio do Friends of the Earth Sweden, através do projeto Territórios Sustentáveis irá formar, no prazo de 3 anos, 60 indígenas das etnias Paiter Suruí, Zoró, Karo, Ikolen, Cinta-Larga, além de técnicos da própria organização para implantar o reflorestamento em seus territórios e atuar como multiplicadores do conhecimento adquirido nos cursos.

A primeira atividade consiste na realização do Curso de Viveirista, promovido em parceria com a ONG Ecoporé, por meio do projeto Viveiro Cidadão, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental.

Com carga horária de 24 horas, o curso será ministrado pela equipe da ONG Ecoporé, Técnico Florestal, Derlival Batista e o estudante de Engenharia Florestal da Unir, Romas Silva. Será realizado no viveiro de produção de mudas da Ecoporé, localizado em Rolim de Moura/RO e tem como finalidade capacitar agentes locais na produção e cuidados com mudas florestais e agroflorestais.

Planejamento e instalação de viveiros, quebra de dormência e germinação, propagação vegetativa, tipos de mudas, quais as formas eficazes de propagação de espécies florestais, substratos, métodos de irrigação, coleta e preparo de sementes serão alguns dos temas discutidos no encontro. O curso terá ainda atividades práticas sobre construção e cuidados de viveiros, sementes e produção de mudas, identificação e marcação de árvores matrizes e técnicas de coleta de sementes.

“Não será apenas um curso, onde serão repassados conhecimentos técnicos, mas sim a construção coletiva de conhecimentos e técnicas, a partir do diálogo entre os envolvidos, uma vez que os indígenas já trazem consigo um vasto conhecimento tradicional a respeito das plantas” diz o presidente da Ecoporé, Marcelo Ferronato. “A ideia é que seja um curso prático, onde os próprios indígenas produzam as mudas passando por todas as etapas de produção e que estas plantas, cerca de 10 mil mudas, sejam depois plantadas nas aldeias das etnias presentes no curso por eles próprios”, disse Israel Vale, biólogo da Associação Kanindé. (AI)



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