Porto Velho/RO, 28 Março 2024 00:03:39

Editorial

coluna

Publicado: 12/02/2019 às 06h00min | Atualizado 12/02/2019 às 20h16min

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Transtornos e prejuízos com o inverno avassalador

O intenso inverno está causando sérios problemas e prejuízos em Rondônia. Estradas rurais danificadas isolando agricultores e..

O intenso inverno está causando sérios problemas e prejuízos em Rondônia. Estradas rurais danificadas isolando agricultores e prejudicando o transporte de estudantes no início do ano letivo, rodovias com pontos de alagamentos e rompimentos que atrasam viagens e transportes de cargas, rios e igarapés transbordando para todos os lados, e agora famílias já deixam suas casas por causa de enchentes em Ariquemes e Porto Velho. O que mais esperar de um inverno com volumes de chuvas acima da média?

Dois fatores simultâneos tem agravados o problema em Rondônia: o desgelo dos Andes que jorra enorme quantidade de água no rio Madre di Dios (rio peruano e um dos formadores do rio Beni) e as intensas chuvas na Bolívia que atingem 38 municípios. O que atormenta os rondonienses é que toda essa água desce pelo rio Beni e chega na fronteira com o Brasil sendo despejada no rio Madeira.

Todo esse fluxo de água já chegou em Rondônia. Na confluência do rio Abunã com o rio Madeira, onde a travessia da BR-364 é feita por balsas, os veículos estão embarcando e desembarcando dentro d´água. É que o nível elevou rapidamente e já ultrapassa os barrancos das duas margens, cobrindo os ancoradouros com as rampas de acessos. Isso representa preocupação para o estado do Acre sendo que essa travessia é a única interligação por terra daquele estado. Alimentação, combustível e tráfego de pessoas tudo passa pelas balsas.

As trombas d’águas boliviana e peruanas preocupam a população ribeirinha de Porto Velho, que a partir de hoje tem sérias incomodações com o nível das águas invadindo casas, plantações e levando animais. No bairro da Balsa, margem direita do rio Madeira, onde está a ponte da BR-319 (que liga Rondônia ao Amazonas), algumas famílias já buscaram abrigos em casas de familiares. Outras convivem com os transtornos da enchente por não ter para onde ir, aguardando o resgate da Defesa Civil. A qualquer momento os moradores dos bairros Nacional, São Sebastião, Cai N´água e Triângulo já terão os mesmos problemas e viverão o desespero de abanar as casas em busca abrigo seguro.

Situação mais grave vive os moradores das comunidades ribeirinhas que estão distantes da Capital e, por isso, o socorro deve ser mais complicado. Traumatizadas com a histórica enchente de 2014 que levou tudo o que elas tinham, muitas dessas famílias providenciaram a reconstrução de suas casas em locais mais altos. Porém, tantas outras não conseguiram erguer novas estruturas e já estão com a água na porta da sala. As lavouras de cultivo de várzea aproveitando o solo de aluvião praticamente estão perdidas.

O cidadão amazônico nasce e cresce em torno de rios, lagos e igarapés. Água nunca foi motivo de espanto. Mas nos últimos anos, a intensidade e o volume das chuvas que causam transtornos e prejuízos freqüentes tem causado pavor a quem vive e sobrevive em função dos rios.


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