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Diário da Amazônia

Ultrapassando os limites da racionalidade e da inteligência

O índice de feminicídios tem aumentado, evidenciando a decadência do comportamento humano.

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Publicado: 26/09/2019 às 16h43min | Atualizado 26/09/2019 às 16h44min

No ensino fundamental aprendemos que existem animais  racionais e irracionais. Os seres humanos estão inseridos no grupo dos animais racionais. No entanto, alguns têm conduta ainda mais selvagem que os animais considerados irracionais. Um grupo dos animais racionais (no caso os seres humanos) possui inteligência (ou pelo menos deveria), mas costuma agir igualmente aos animais irracionais, cuja conduta é baseada no instinto. Obviamente que os animais considerados irracionais se sentiriam ofendidos se fossem comparados ao grupo de seres humanos, cujo comportamento ultrapassa todos os limites da racionalidade e da inteligência.

Isto posto quero mencionar o grupo formado por alguns seres humanos, que se consideram homens, mas agem como animais selvagens. O que na verdade quero abordar aqui é o índice, cada vez mais crescente, de feminicídio, que registrou alta de 4% nos anos de 2017 e 2018, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Na comparação com 2015, ano em que a Lei do Feminicídio foi criada, o aumento foi de 62,7%. Nos dois anos mais recentes foram registrados 2.357 feminicídios, o que significa uma vítima morta por ser mulher a cada oito horas.

Homens que se consideram homens, mas não agem como tal, protagonizam uma situação de caos, fazendo valer a sua condição de força, normalmente superior a das mulheres. O mais agravante é que os casos de violência contra a mulher normalmente acontecem no ambiente doméstico. Às vezes, mulheres são assassinadas por razões fúteis. A legislação penal brasileira precisa ser mais rigorosa contra homens travestidos de animais e mais presente no atendimento às mulheres vítimas desse tipo de violência.

Dados do Anuário mostram que os casos de lesão corporal dolosa relacionados à violência doméstica também aumentaram de 2017 para 2018: foram de 252.895 registros para 263.067. Quase 90% dos autores de crimes são companheiros ou ex. A maioria dos crimes tem como vítimas mulheres de 30 a 39 anos (29,8%). O número também é considerável na faixa entre 20 e 29 anos (28,2%). Os dados são referentes à chamada idade reprodutiva.

O relatório aponta que o feminicídio está intimamente ligado à violência doméstica, sendo que 88,8% dos casos são cometidos por parceiros ou ex-companheiros. Além disso, em 65,6% dos casos os assassinatos acontecem na residência da vítima. A situação exige uma reflexão profunda, incluindo ações práticas por parte dos setores de segurança pública no sentido de haja melhor recepção às denúncias, a fim de que possam ser implementadas medidas de proteção às denunciantes e mais rigor no trato contra os denunciados. Alguma coisa precisa ser feita para mudar essa realidade caótica.

 



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