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Editorial

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Publicado: 09/09/2019 às 10h14min

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Uma quinzena de combate e anos de descontrole

Fechando a primeira quinzena das ações de combate às queimadas na Amazônia, o que foi mostrado até agora prova que a floresta estava..

Fechando a primeira quinzena das ações de combate às queimadas na Amazônia, o que foi mostrado até agora prova que a floresta estava de fato, sendo destruída pelo fogo. Quinze dias de combate e ainda tem muito serviço pela frente. Será que, se Macron não tivesse dado o grito que comoveu o mundo, haveria tempo para salvar a maior floresta tropical do mundo? É evidente que o governo brasileiro demorou para agir e subestimou o problema. E muito do que foi falado se perdeu no caminho.

Limpar as áreas agrícolas com fogo sempre ocorreu no Brasil, mas dessa vez não foi esse o problema. As queimadas vieram de novos desmatamentos (e tudo indica que ilegais) e alguns focos foram ações de incendiários que, propositalmente, incendiaram áreas de florestas nativas como se o patrimônio não tivesse nem dono e nem valor. O certo é o Brasil vem gastando um alto valor para combater os incêndios e para atuar na fiscalização e controle que deveriam estar ocorrendo normalmente. É incompreensível entender o por quê parou de fiscalizar? A conta ficou cara e o contribuinte que não teve nada com isso é que pode pagar o pato. A não ser que sejam aplicadas multas no devido valor, suficiente para ressarcir o erário, e garantir recursos para as ações de recuperações de áreas afetadas (destruídas). É o mínimo que caberia aos incendiários.

O grito do mundo valeu a pena. Do Vaticano aos países que compõem a Panamazônia, todos se moveram de alguma forma para repensar no valor e destino sustentável da Amazônia. Quem nunca foi favorável a uma política correta de ocupação do espaço amazônico, passou a dizer que é preciso replanejar os projetos; se é que exitem projetos. O certo é que depois de todo alvoroço pelo menos se discutem e falam muito a respeito, apesar de que, nada de concreto tem sido apresentado que possa garantir o desenvolvimento sustentável para a região. Que venham boas ideias!

Outro discurso que se espalhou tão rápido como o fogo foi de que os estrangeiros estão de olho nas riquezas da Amazônia. Isso é verdade. Realmente estão e pela forma que vinha sendo conduzida a política para a Amazônia, parece que quem não tinha interesse nas riquezas da Amazônia eram, por incrível que pareça, os brasileiros. Desmatamentos sem controle, mínimo de fiscalização, minerações clandestinas com o capital mineral saindo como contrabando, explorações ilegais de terras e riquezas naturais e minerais, enfim, uma avalanche de tropeços que demonstravam desinteresse.

Quem sabe a partir de agora possa haver consenso de que a Amazônia é nossa, mas isso não nos dá o direito de acabar com tudo aleatoriamente. É preciso o máximo de controle e exploração responsável e controlada em todos os âmbitos. Assim, o Brasil ganhará muito com isso.


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