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SAÚDE

Vacina para Mers e Sars vira modelo em pesquisa contra a Covid-19

As pesquisas com a INO-4700 estão na fase 2 na Coreia do Sul. Um dos trabalhos com essa tecnologia foi publicado em 2015 com resultados em..

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Publicado: 30/05/2020 às 11h28min

As pesquisas com a INO-4700 estão na fase 2 na Coreia do Sul. Um dos trabalhos com essa tecnologia foi publicado em 2015 com resultados em macacos. Em 2019, foram divulgados os dados da fase 1 com humanos (veja as fases de produção de uma vacina abaixo). Uma etapa maior da fase 2 está prevista para começar no Oriente Médio.

“Após a imunização de camundongos e porquinhos-da-índia com INO-4800, medimos as células T específicas para os vírus, anticorpos funcionais que neutralizam a infecção por Sars CoV-2 e bloqueiam a ligação da proteína ACE2 (…). Este conjunto de dados preliminares identifica a INO-4800 como uma potencial candidata à vacina contra a Covid-19”, disseram os autores.

ACE2 e DNA sintético
Os receptores ACE2 são encontrados em células do coração, dos rins e em outros órgãos. Pesquisas científicas recentes, inclusive no Brasil, os apontam como a “porta de entrada” do coronavírus nas células no corpo humano.

A vacina usa a sequência genética expressa pela proteína “Spike” em um DNA sintético criado em laboratório. O vírus não é inserido no corpo humano, apenas uma parte dele, que não apresenta risco. E com isso, produz a “Spike” dentro do organismo e faz com que o sistema imunológico identifique o “corpo estranho” e desenvolva uma proteção real antes da chegada do coronavírus.

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Estágios de produção de vacinas
Para chegar a uma vacina efetiva, os pesquisadores precisam percorrer diversas etapas. Entre elas está a pesquisa básica – que é o levantamento do tipo de vacina que pode ser feita. Depois, passam para os testes pré-clínicos, que podem ser in vitro ou em animais, para demonstrar a segurança do produto; e depois para os ensaios clínicos, que podem se desdobrar em outras quatro fases:

Fase 1: feita em seres humanos, para verificar a segurança da vacina nestes organismos
Fase 2: onde se estabelece qual a resposta imunológica do organismo (imunogenicidade)
Fase 3: última fase de estudo, para obter o registro sanitário
Fase 4: distribuição para a população
Vacina de Oxford
Com a previsão otimista de ficar pronta ainda em 2020, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, também é uma esperança no combate à Covid-19.

Ela ofereceu proteção em um estudo pequeno com seis macacos, resultado que levou ao início de testes em humanos no final de abril, de acordo com informações dos cientistas americanos e britânicos.

Em humanos, os testes têm apenas 50% de chance de sucesso. Adrian Hill, diretor do Jenner Institute de Oxford, que se associou à farmacêutica AstraZeneca para desenvolver a vacina, disse que os resultados de um próximo estudo, envolvendo mais de 10 mil voluntários, podem não garantir que a imunização seja eficaz e pede cautela.

A universidade disse que instituições parceiras de todo o Reino Unido começaram a recrutar até 10.260 adultos e crianças para ver quão bem o sistema imunológico humano reage à vacina e quão segura ela é.

“A velocidade com que esta nova vacina avançou para testes clínicos de fase adiantada é um testemunho da pesquisa científica pioneira de Oxford”, disse Mene Pangalos, executivo da AstraZeneca.

Fonte: G1



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