Eu tenho dito que quando os políticos se unem em torno de um governo ou de um bom projeto quem ganha é toda a população. Infelizmente, não é isso que temos visto nos últimos anos. A desunião é grande e muitos políticos só pensam mesmo no projeto pessoal, em detrimento do projeto coletivo, do bem comum, que é o que deveria mover a política. O resultado não poderia ser outro: o Brasil está dividido, polarizado entre direita e esquerda, liberais e socialistas, governistas e oposição. Essa divisão, essa polarização das diferenças, a ganância do poder pelo poder, só tem prejudicado os brasileiros.
Essa semana, falei na Comissão de Direitos Humanos do Senado sobre os prejuízos dessa polarização e, junto com a senadora Leila Barros (PSB-DF) fiz um apelo aos senadores para que tratássemos dos temas de interesse do Brasil sem olhar bandeira partidária de quem está apresentando as boas propostas para o país, independente de quem esteja no governo ou na oposição. No meu entender, oposição tem que existir para o equilíbrio das forças políticas, para fiscalizar o governo, mas nunca para atrapalhar. E isso faz parte da verdadeira democracia. Depois das eleições temos todos que trabalhar pelo desenvolvimento de nossos municípios, Estados e da Nação brasileira.
Temos que acabar com a polarização. Quem ganhou a eleição ganhou, quem perdeu tem que aceitar. Acabou. Vamos seguir, vamos trabalhar nas propostas que são boas para o país. Não importa de que governo estamos falando. Temos um novo governo, que está aí há três meses, e que é um governo eleito democraticamente e temos que respeitar e somar forças. Temos que olhar para esse governo como o governo de toda a população brasileira e não o governo de alguns. E temos que começar no Senado, na Câmara dos Deputados, mas também nas associações, nos sindicatos, em todas as instâncias da sociedade.
Tivemos um exemplo claro e muito forte dos prejuízos dessa polarização, que foi o impeachment, que teve efeitos colaterais fortíssimos na nossa economia, e estamos pagando o preço até hoje. Portanto, não podemos torcer para o quanto pior melhor. Não deveria ter sido assim no passado e não pode ser assim agora. Temos que pensar no Brasil, na economia brasileira e nos brasileiros. Se não agirmos dessa forma, vamos ficar parados no tempo, subjugados às potências globais que se aproveitam da nossa desunião, da polarização política que atrapalha o governo e toda a sociedade brasileira, para levar nossas riquezas e nos manter de forma permanente como a mais cobiçada neocolônia do capitalismo global.